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São Paulo, quarta-feira, 15 de outubro de 2003

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SEGURANÇA

Em São José dos Campos, só há verba para combustível para mais 20 dias; crédito suplementar irá sanar problema, diz órgão

Crise ameaça trabalho da PF no interior de SP

MAURÍCIO EIRÓS
DAS REGIONAIS, EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

Sem verba para a compra de combustível, a Polícia Federal de São José dos Campos (97 km de SP) só conseguirá manter os carros da corporação em funcionamento por mais 20 dias. O órgão também deverá suspender a realização de sobrevôos na região em busca de pistas clandestinas e laboratórios de refino de cocaína nos próximos dias.
O delegado da Polícia Federal de São José dos Campos, Marcus Vinicius Deneno, 45, admitiu ontem que as dificuldades financeiras do órgão prejudicam o trabalho dos agentes e as investigações em toda a região do Vale do Paraíba.
Na opinião do delegado, os trabalhos só devem retornar à normalidade em seis meses. "Não há como tapar o sol com a peneira. A PF só vai ter verba daqui a alguns meses, porque não é tão simples e tão rápido", disse o delegado.
Em São José, os funcionários que trabalham em serviços burocráticos, como emissão de passaporte, são terceirizados e estão com os salários atrasados há dois meses. A emissão de passaportes, que antes era feita no mesmo dia, agora demora até 30 dias, acumulando mais de 150 pedidos.
O papel usado no escritório e cartuchos para impressoras foram comprados pelos próprios funcionários, que chegaram a paralisar as atividades na semana passada por cinco dias. Durante a paralisação, o delegado disse que teve de remover agentes do setor de investigação para fazer o serviço burocrático.
A Superintendência da Polícia Federal em Brasília informou ontem que reconhece as dificuldades enfrentadas pelas unidades em todo o país.
Em nota oficial, o órgão diz que já encaminhou um pedido de crédito suplementar de R$ 102,3 milhões ao Ministério do Planejamento e aguarda a liberação dos recursos. Além disso, a nota informa que a PF iniciou os trabalhos este ano com um déficit de R$ 53 milhões.
O Ministério do Planejamento informou que hoje o pedido de suplementação deve ser encaminhado à Comissão Mista de Orçamento do Congresso, que decidirá se libera ou não a verba.

São Paulo
Em São Paulo, o pagamento de uma das três parcelas atrasadas pôs fim, pelos menos provisoriamente, à paralisação de funcionários de uma empresa terceirizada que realiza serviços de informática à Polícia Federal.
Cerca de 400 funcionários da empresa Datasist Informática pararam de trabalhar por três dias na semana passada. Policiais foram remanejados para serviços burocráticos.
O serviço só voltou ao normal na sexta-feira, quando a Polícia Federal repassou R$ 408 mil à empresa -referentes ao pagamento de junho - de um dívida total de R$ 1,2 milhão.
A PF se comprometeu a pagar o restante da dívida até o próximo dia 24, seis dias antes do vencimento da próxima parcela. "A volta ao trabalho foi um voto de confiança à Polícia Federal. Mas continuamos preocupados", disse o dono da empresa, Pedro Paulo Zelinski.


Colaborou a Reportagem Local


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