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SEGURANÇA
Em São José dos Campos, só há verba para combustível para mais 20 dias; crédito suplementar irá sanar problema, diz órgão
Crise ameaça trabalho da PF no interior de SP
MAURÍCIO EIRÓS
DAS REGIONAIS, EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
Sem verba para a compra de
combustível, a Polícia Federal de
São José dos Campos (97 km de
SP) só conseguirá manter os carros da corporação em funcionamento por mais 20 dias. O órgão
também deverá suspender a realização de sobrevôos na região em
busca de pistas clandestinas e laboratórios de refino de cocaína
nos próximos dias.
O delegado da Polícia Federal
de São José dos Campos, Marcus
Vinicius Deneno, 45, admitiu ontem que as dificuldades financeiras do órgão prejudicam o trabalho dos agentes e as investigações
em toda a região do Vale do Paraíba.
Na opinião do delegado, os trabalhos só devem retornar à normalidade em seis meses. "Não há
como tapar o sol com a peneira. A
PF só vai ter verba daqui a alguns
meses, porque não é tão simples e
tão rápido", disse o delegado.
Em São José, os funcionários
que trabalham em serviços burocráticos, como emissão de passaporte, são terceirizados e estão
com os salários atrasados há dois
meses. A emissão de passaportes,
que antes era feita no mesmo dia,
agora demora até 30 dias, acumulando mais de 150 pedidos.
O papel usado no escritório e
cartuchos para impressoras foram comprados pelos próprios
funcionários, que chegaram a paralisar as atividades na semana
passada por cinco dias. Durante a
paralisação, o delegado disse que
teve de remover agentes do setor
de investigação para fazer o serviço burocrático.
A Superintendência da Polícia
Federal em Brasília informou ontem que reconhece as dificuldades enfrentadas pelas unidades
em todo o país.
Em nota oficial, o órgão diz que
já encaminhou um pedido de crédito suplementar de R$ 102,3 milhões ao Ministério do Planejamento e aguarda a liberação dos
recursos. Além disso, a nota informa que a PF iniciou os trabalhos este ano com um déficit de
R$ 53 milhões.
O Ministério do Planejamento
informou que hoje o pedido de
suplementação deve ser encaminhado à Comissão Mista de Orçamento do Congresso, que decidirá se libera ou não a verba.
São Paulo
Em São Paulo, o pagamento de
uma das três parcelas atrasadas
pôs fim, pelos menos provisoriamente, à paralisação de funcionários de uma empresa terceirizada
que realiza serviços de informática à Polícia Federal.
Cerca de 400 funcionários da
empresa Datasist Informática pararam de trabalhar por três dias
na semana passada. Policiais foram remanejados para serviços
burocráticos.
O serviço só voltou ao normal
na sexta-feira, quando a Polícia
Federal repassou R$ 408 mil à empresa -referentes ao pagamento
de junho - de um dívida total de
R$ 1,2 milhão.
A PF se comprometeu a pagar o
restante da dívida até o próximo
dia 24, seis dias antes do vencimento da próxima parcela. "A
volta ao trabalho foi um voto de
confiança à Polícia Federal. Mas
continuamos preocupados", disse o dono da empresa, Pedro Paulo Zelinski.
Colaborou a Reportagem Local
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