RANIER BRAGON
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O município mineiro de Dionísio (178 km a leste de Belo Horizonte) está sem policiamento militar há três semanas.
A Justiça decretou a prisão preventiva dos cinco PMs que atuavam na cidade -de cerca de 12 mil habitantes- por abuso de autoridade.
Segundo o Ministério Público local, que pediu a prisão dos militares, os PMs (um sargento, dois cabos e dois soldados) agrediram várias pessoas no último dia 20. Eles estariam à procura de um desafeto de um deles.

Tiros
Naquele dia, o aposentado João Mariano da Silva teria disparado dois tiros contra o soldado André Luiz Drumond Americano, 30, devido a um desentendimento entre os dois.
O tiro acertou o peito do soldado, que ainda teria disparado cinco tiros contra o aposentado, não conseguindo acertá-lo. O soldado não corre risco de morte.
Ainda de acordo com relato do Ministério Público, o aposentado fugiu e passou a ser perseguido pelos outros quatro policiais militares que compõem a corporação em Dionísio e por outro PM, o sargento Alexandre Geraldo Borges, de Belo Horizonte, que estaria na cidade a passeio (ele também está preso).
Durante a perseguição, eles teriam agredido várias pessoas, na tentativa de localizar o aposentado. Na semana seguinte, depois de várias testemunhas terem sido ouvidas, os PMs foram detidos a mando da juíza Maria da Glória Reis, da comarca de São Domingos do Prata.
Os cinco PMs estão presos no quartel de Nova Era, município próximo a Dionísio. O sargento de Belo Horizonte está preso no 16º Batalhão da PM, na capital mineira. Eles aguardam julgamento de pedido de habeas corpus.

Outro lado
Os advogados dos policiais presos não foram localizados.
A Agência Folha tentou durante todo o dia de ontem entrar em contato com o comando da PM em Belo Horizonte e na região de Dionísio, para saber por que os policiais não foram substituídos, mas sempre foi informada de que os responsáveis pelas informações não estavam disponíveis para entrevista.
A responsabilidade pelo policiamento na cidade está a cargo de destacamentos de cidades vizinhas e da Polícia Civil.



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