São Paulo, quarta-feira, 15 de novembro de 2006

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Ministro da Defesa estima em 2 dias prazo para solucionar crise

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Após uma reunião emergencial convocada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na tarde de ontem no Palácio do Planalto, o ministro Waldir Pires (Defesa) estimou em até 48 horas o prazo para que o governo interrompa a atual onda de atraso nos aeroportos.
"A expectativa é que num prazo de 24 a 48 horas tenhamos essa solução", afirmou ele, ao anunciar a criação de um grupo de trabalho para analisar propostas para o setor. O governo quer evitar que os problemas das últimas semanas se repitam em dezembro, quando há férias escolares e festas de final de ano.
Questionado sobre a necessidade da medida de "aquartelamento", Pires afirmou: "O que é necessário é o que nós estamos fazendo (...) Não haverá necessidade (...) Provavelmente não tem mais necessidade nenhuma disso".
Enquanto ele busca uma solução negociada com os controladores, os militares avaliavam que a operação-padrão era uma quebra de disciplina e da ordem. Circulava ontem na Aeronáutica, como "prova" disso, trechos de notas dos controladores militares em blogs na internet. Num deles, havia uma conclamação para "que os ventos que abalaram Brasília se espalhem por todos os rincões de nossa pátria".
No mesmo texto, o pedido para continuar a operação-padrão e a advertência de que "avião no Brasil é transporte de rico, artista e político!". Para oficiais militares, trata-se de "rebeldia" e "convocação à anarquia".
Como uma das táticas para reduzir o pessoal em operação é apresentar atestados médicos na última hora, foi montada uma espécie de junta médica para reavaliar esses atestados, e 14 dos beneficiários já foram liberados ontem para trabalhar.
Para tentar evitar denúncias de maus-tratos ou de excesso de carga horária pelos controladores, durante o aquartelamento, a Aeronáutica pediu o acompanhamento de um representante do Ministério Público Militar. Foi destacado o procurador Givovanni Rattacaso para o Cindacta-1.
Sob a coordenação da Defesa, o grupo criado ontem contará com a participação de controladores de vôo e de membros da Fazenda, do Planejamento, da Advocacia Geral da União, da Aeronáutica, da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e da Infraero (estatal que administra os aeroportos).


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