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Ministro da Defesa estima em 2 dias prazo para solucionar crise
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Após uma reunião emergencial convocada pelo presidente
Luiz Inácio Lula da Silva na tarde de ontem no Palácio do Planalto, o ministro Waldir Pires
(Defesa) estimou em até 48 horas o prazo para que o governo
interrompa a atual onda de
atraso nos aeroportos.
"A expectativa é que num
prazo de 24 a 48 horas tenhamos essa solução", afirmou ele,
ao anunciar a criação de um
grupo de trabalho para analisar
propostas para o setor. O governo quer evitar que os problemas das últimas semanas se repitam em dezembro, quando
há férias escolares e festas de final de ano.
Questionado sobre a necessidade da medida de "aquartelamento", Pires afirmou: "O que é
necessário é o que nós estamos
fazendo (...) Não haverá necessidade (...) Provavelmente não
tem mais necessidade nenhuma disso".
Enquanto ele busca uma solução negociada com os controladores, os militares avaliavam
que a operação-padrão era uma
quebra de disciplina e da ordem. Circulava ontem na Aeronáutica, como "prova" disso,
trechos de notas dos controladores militares em blogs na internet. Num deles, havia uma
conclamação para "que os ventos que abalaram Brasília se espalhem por todos os rincões de
nossa pátria".
No mesmo texto, o pedido
para continuar a operação-padrão e a advertência de que
"avião no Brasil é transporte de
rico, artista e político!". Para
oficiais militares, trata-se de
"rebeldia" e "convocação à
anarquia".
Como uma das táticas para
reduzir o pessoal em operação
é apresentar atestados médicos
na última hora, foi montada
uma espécie de junta médica
para reavaliar esses atestados, e
14 dos beneficiários já foram liberados ontem para trabalhar.
Para tentar evitar denúncias
de maus-tratos ou de excesso
de carga horária pelos controladores, durante o aquartelamento, a Aeronáutica pediu o
acompanhamento de um representante do Ministério Público Militar. Foi destacado o
procurador Givovanni Rattacaso para o Cindacta-1.
Sob a coordenação da Defesa,
o grupo criado ontem contará
com a participação de controladores de vôo e de membros da
Fazenda, do Planejamento, da
Advocacia Geral da União, da
Aeronáutica, da Anac (Agência
Nacional de Aviação Civil) e da
Infraero (estatal que administra os aeroportos).
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