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Relatório aponta série de erros em acidente
Documento preliminar da comissão que apura a queda do Boeing da Gol em setembro não deve apontar culpados
Advogados dos pilotos do Legacy entraram com habeas corpus pedindo a liberação dos passaportes dos dois norte-americanos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A comissão que investiga o
acidente com o vôo 1907 da Gol,
em 29 de setembro, quando
morreram 154 pessoas, vai confirmar que houve uma sucessão
de erros no episódio. A versão
preliminar do relatório, que será divulgada amanhã, não deve,
no entanto, indicar culpados
pela colisão do jato Legacy com
o Boeing 737-800.
De acordo com o relatório,
dividido em três aspectos, o jatinho da Embraer, comprado
pela ExcelAire, manteve a altitude de 37 mil pés (cerca de 11
mil metros) durante todo o percurso entre São José dos Campos (interior de São Paulo) e o
norte do Mato Grosso, onde colidiu com o avião da Gol próximo à Serra do Cachimbo.
Um dos aspectos do relatório, o que trata das questões humanas, vai avaliar os procedimentos adotados pelos pilotos
do Legacy, os norte-americanos Joseph Lepore e Jan Paladino. Deve indicar que eles não
fizeram nenhuma manobra arriscada, apesar de não terem
seguido o plano de vôo original
após perderem contato com o
controle de tráfego aéreo em
Brasília.
Após passar pela cidade, segundo a versão preliminar do
relatório, o Legacy ficou sem
comunicação com as torres de
controle por cerca de 30 minutos, período em que tentaram
fazer contato várias vezes. O
contato foi retomado após a colisão com o Boeing.
Outros dois aspectos do relatório vão avaliar as questões
material (falta de funcionamento do transponder) e operacional (atuação dos centros
de controle aéreo, principalmente de São José dos Campos
e Brasília). A divulgação do relatório está prevista para a tarde de amanhã.
Defesa dos pilotos
A defesa dos pilotos do Legacy entrou ontem com habeas
corpus no Tribunal Regional
Federal em Brasília para que os
passaportes de Jan Paladino e
Joseph Lepore sejam liberados.
Ambos estavam no jato que se
chocou com o Boeing da Gol.
Os documentos estão retidos
desde o início de outubro por
determinação do juiz federal
Charles Frazão de Moraes, de
Sinop (MT). Na segunda-feira,
o juiz indeferiu o pedido dos
advogados José Carlos Dias e
Theo Dias para que reconsiderasse sua decisão de manter os
passaportes apreendidos.
O habeas corpus está sendo
analisado pelo desembargador
federal Cândido Ribeiro.
Colaborou REGIANE SOARES
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