São Paulo, quarta-feira, 15 de novembro de 2006

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Relatório aponta série de erros em acidente

Documento preliminar da comissão que apura a queda do Boeing da Gol em setembro não deve apontar culpados

Advogados dos pilotos do Legacy entraram com habeas corpus pedindo a liberação dos passaportes dos dois norte-americanos

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A comissão que investiga o acidente com o vôo 1907 da Gol, em 29 de setembro, quando morreram 154 pessoas, vai confirmar que houve uma sucessão de erros no episódio. A versão preliminar do relatório, que será divulgada amanhã, não deve, no entanto, indicar culpados pela colisão do jato Legacy com o Boeing 737-800.
De acordo com o relatório, dividido em três aspectos, o jatinho da Embraer, comprado pela ExcelAire, manteve a altitude de 37 mil pés (cerca de 11 mil metros) durante todo o percurso entre São José dos Campos (interior de São Paulo) e o norte do Mato Grosso, onde colidiu com o avião da Gol próximo à Serra do Cachimbo.
Um dos aspectos do relatório, o que trata das questões humanas, vai avaliar os procedimentos adotados pelos pilotos do Legacy, os norte-americanos Joseph Lepore e Jan Paladino. Deve indicar que eles não fizeram nenhuma manobra arriscada, apesar de não terem seguido o plano de vôo original após perderem contato com o controle de tráfego aéreo em Brasília.
Após passar pela cidade, segundo a versão preliminar do relatório, o Legacy ficou sem comunicação com as torres de controle por cerca de 30 minutos, período em que tentaram fazer contato várias vezes. O contato foi retomado após a colisão com o Boeing. Outros dois aspectos do relatório vão avaliar as questões material (falta de funcionamento do transponder) e operacional (atuação dos centros de controle aéreo, principalmente de São José dos Campos e Brasília). A divulgação do relatório está prevista para a tarde de amanhã.

Defesa dos pilotos
A defesa dos pilotos do Legacy entrou ontem com habeas corpus no Tribunal Regional Federal em Brasília para que os passaportes de Jan Paladino e Joseph Lepore sejam liberados. Ambos estavam no jato que se chocou com o Boeing da Gol.
Os documentos estão retidos desde o início de outubro por determinação do juiz federal Charles Frazão de Moraes, de Sinop (MT). Na segunda-feira, o juiz indeferiu o pedido dos advogados José Carlos Dias e Theo Dias para que reconsiderasse sua decisão de manter os passaportes apreendidos.
O habeas corpus está sendo analisado pelo desembargador federal Cândido Ribeiro.


Colaborou REGIANE SOARES



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