|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Inquérito da polícia tem 336 depoimentos
DA REPORTAGEM LOCAL
Com 336 depoimentos
de testemunhas e mais de
15 mil páginas, o inquérito
da Polícia Civil sobre o acidente do vôo 3054 da TAM
deve ser finalizado na próxima semana. Também fará parte do inquérito o laudo final do IC (Instituto de
Criminalística).
Um dos depoimentos
mais importantes é o de
Denise Abreu, ex-diretora
da Anac (Agência Nacional
de Aviação Civil).
Ela foi ouvida no dia 30
de setembro e disse não
ter ligação com o estudo
ISRBH 121-189 da Anac,
que determinava que nenhum avião poderia pousar em Congonhas em dias
de chuva sem estar com os
reversos dos motores capazes de funcionar com a
potência máxima.
A Anac é apontada no
inquérito como tendo cometido falha ao não ter
transformado o estudo em
norma para tornar os pousos mais seguros em Congonhas. Hoje, as características desse estudo constam de norma em vigor.
Denise já havia sido denunciada pelo Ministério
Público Federal por ter
apresentado à desembargadora Cecília Marcondes,
em fevereiro de 2007, o estudo interno da agência
como se já fosse uma norma em vigor.
Na época, a Justiça analisava um pedido do Ministério Público Federal
de interdição da pista
principal de Congonhas
para reforma. A ação foi
arquivada e pousos foram
liberados mesmo em dias
de chuva intensa.
À polícia Denise disse
ter se reunido com a desembargadora, mas que jamais apresentou ou foi
portadora do estudo.
A assessoria de imprensa de Denise divulgou nota
afirmando que ela não tem
responsabilidade pelo acidente da TAM e classificou que, caso seja uma das
indiciadas, será "um absurdo jurídico, já que não
há qualquer nexo ou ligação de causa e efeito entre
o trágico acidente e a atuação de Denise Abreu no
colegiado que dirigia a
Anac". A polícia não confirma se ela será indiciada.
Outro depoimento chave é do ex-gerente de Padrão e Avaliação da Anac
Gilberto Schettini. Ele diz
que duas reuniões foram
feitas com membros da
Anac, do Decea (Departamento de Controle de Espaço Aéreo), da Infraero e
das companhias aéreas em
2006 para tratar do perigo
de pousar aviões com reverso pinado na pista molhada de Congonhas.
Texto Anterior: Indiciamentos não interferem no pagamento de indenizações Próximo Texto: Laudo da Aeronáutica será inconclusivo Índice
|