São Paulo, sábado, 15 de novembro de 2008

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Inquérito da polícia tem 336 depoimentos

DA REPORTAGEM LOCAL

Com 336 depoimentos de testemunhas e mais de 15 mil páginas, o inquérito da Polícia Civil sobre o acidente do vôo 3054 da TAM deve ser finalizado na próxima semana. Também fará parte do inquérito o laudo final do IC (Instituto de Criminalística).
Um dos depoimentos mais importantes é o de Denise Abreu, ex-diretora da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).
Ela foi ouvida no dia 30 de setembro e disse não ter ligação com o estudo ISRBH 121-189 da Anac, que determinava que nenhum avião poderia pousar em Congonhas em dias de chuva sem estar com os reversos dos motores capazes de funcionar com a potência máxima.
A Anac é apontada no inquérito como tendo cometido falha ao não ter transformado o estudo em norma para tornar os pousos mais seguros em Congonhas. Hoje, as características desse estudo constam de norma em vigor.
Denise já havia sido denunciada pelo Ministério Público Federal por ter apresentado à desembargadora Cecília Marcondes, em fevereiro de 2007, o estudo interno da agência como se já fosse uma norma em vigor.
Na época, a Justiça analisava um pedido do Ministério Público Federal de interdição da pista principal de Congonhas para reforma. A ação foi arquivada e pousos foram liberados mesmo em dias de chuva intensa.
À polícia Denise disse ter se reunido com a desembargadora, mas que jamais apresentou ou foi portadora do estudo.
A assessoria de imprensa de Denise divulgou nota afirmando que ela não tem responsabilidade pelo acidente da TAM e classificou que, caso seja uma das indiciadas, será "um absurdo jurídico, já que não há qualquer nexo ou ligação de causa e efeito entre o trágico acidente e a atuação de Denise Abreu no colegiado que dirigia a Anac". A polícia não confirma se ela será indiciada.
Outro depoimento chave é do ex-gerente de Padrão e Avaliação da Anac Gilberto Schettini. Ele diz que duas reuniões foram feitas com membros da Anac, do Decea (Departamento de Controle de Espaço Aéreo), da Infraero e das companhias aéreas em 2006 para tratar do perigo de pousar aviões com reverso pinado na pista molhada de Congonhas.


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