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Menina foi pressionada a não denunciar estupro, diz polícia
Delegado afirma que um dos suspeitos telefonou e mandou mensagem à garota
Para a polícia, caso está esclarecido e os três estudantes detidos devem ser indiciados por estupro e divulgação de imagens
GUSTAVO HENNEMANN
DA AGÊNCIA FOLHA
A menina de 15 anos vítima
de estupro que teve imagens
gravadas com um celular e distribuídas pela internet sofreu
pressão de um dos suspeitos
para não registrar ocorrência,
segundo a polícia de Joaçaba
(SC), a 419 km de Florianópolis.
Três jovens, um de 16 e dois
de 18 anos, foram detidos na
quarta-feira sob acusação de
estuprar a menina em uma festa e divulgar imagens do crime.
"Um dos rapazes presos telefonou e escreveu pelo MSN pedindo para que ela não denunciasse porque iriam se ferrar",
afirma o delegado Ademir Tadeu de Oliveira.
O estupro ocorreu no dia 25
de outubro, durante uma festa
da qual participaram 13 amigos,
incluindo pelo menos mais
uma garota de 19 anos. A menina estava alcoolizada e inconsciente, segundo a polícia.
Os três detidos são estudantes de classe média. Ontem, um
rapaz que foi à festa disse, em
depoimento, que deixou a menina em casa, de carro, depois
de chegar ao local e vê-la sair do
banheiro sem roupas.
Ele afirmou que não levou a
menina ao médico ou denunciou o caso porque ela não quis.
Vídeos distribuídos pela internet, fotos e conversas por
MSN (programa de comunicação instantânea) encontrados
nos computadores dos jovens
são provas definitivas de envolvimento direto no crime sexual, segundo o delegado.
Ele considera o caso esclarecido e deve concluir o inquérito
no início da próxima semana.
Os três estudantes devem ser
indiciados sob suspeita de estupro, divulgação de imagem íntima de adolescente e fornecimento de bebida alcoólica a
menor de idade.
Outro lado
Os advogados dos três jovens
suspeitos dizem que nenhum
deles pressionou a menina para
que não registrasse ocorrência.
Segundo o advogado de um
dos jovens de 18 anos, Ricardo
Nodari, seu cliente gravou parte do abuso sexual, mas não é
responsável pelo estupro e pela
distribuição das imagens.
Nodari diz que não vai pedir a
liberdade do cliente imediatamente. "Eu quero garantir a integridade física dele. Se consigo
o habeas corpus, não tenho como dar garantia [de segurança]
para ele aqui fora. Ele está mais
seguro lá dentro do que livre."
O advogado dos outros dois
jovens, Eber Bündchen, afirma
que houve relação sexual entre
um dos seus clientes e a menina, mas diz que o vídeo não foi
posto na internet pelos suspeitos presos. "As imagens foram
distribuídas por pessoas que tiveram acesso ao vídeo."
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