São Paulo, sábado, 15 de novembro de 2008

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Menina foi pressionada a não denunciar estupro, diz polícia

Delegado afirma que um dos suspeitos telefonou e mandou mensagem à garota

Para a polícia, caso está esclarecido e os três estudantes detidos devem ser indiciados por estupro e divulgação de imagens

GUSTAVO HENNEMANN
DA AGÊNCIA FOLHA

A menina de 15 anos vítima de estupro que teve imagens gravadas com um celular e distribuídas pela internet sofreu pressão de um dos suspeitos para não registrar ocorrência, segundo a polícia de Joaçaba (SC), a 419 km de Florianópolis.
Três jovens, um de 16 e dois de 18 anos, foram detidos na quarta-feira sob acusação de estuprar a menina em uma festa e divulgar imagens do crime.
"Um dos rapazes presos telefonou e escreveu pelo MSN pedindo para que ela não denunciasse porque iriam se ferrar", afirma o delegado Ademir Tadeu de Oliveira.
O estupro ocorreu no dia 25 de outubro, durante uma festa da qual participaram 13 amigos, incluindo pelo menos mais uma garota de 19 anos. A menina estava alcoolizada e inconsciente, segundo a polícia.
Os três detidos são estudantes de classe média. Ontem, um rapaz que foi à festa disse, em depoimento, que deixou a menina em casa, de carro, depois de chegar ao local e vê-la sair do banheiro sem roupas.
Ele afirmou que não levou a menina ao médico ou denunciou o caso porque ela não quis.
Vídeos distribuídos pela internet, fotos e conversas por MSN (programa de comunicação instantânea) encontrados nos computadores dos jovens são provas definitivas de envolvimento direto no crime sexual, segundo o delegado.
Ele considera o caso esclarecido e deve concluir o inquérito no início da próxima semana.
Os três estudantes devem ser indiciados sob suspeita de estupro, divulgação de imagem íntima de adolescente e fornecimento de bebida alcoólica a menor de idade.

Outro lado
Os advogados dos três jovens suspeitos dizem que nenhum deles pressionou a menina para que não registrasse ocorrência.
Segundo o advogado de um dos jovens de 18 anos, Ricardo Nodari, seu cliente gravou parte do abuso sexual, mas não é responsável pelo estupro e pela distribuição das imagens.
Nodari diz que não vai pedir a liberdade do cliente imediatamente. "Eu quero garantir a integridade física dele. Se consigo o habeas corpus, não tenho como dar garantia [de segurança] para ele aqui fora. Ele está mais seguro lá dentro do que livre."
O advogado dos outros dois jovens, Eber Bündchen, afirma que houve relação sexual entre um dos seus clientes e a menina, mas diz que o vídeo não foi posto na internet pelos suspeitos presos. "As imagens foram distribuídas por pessoas que tiveram acesso ao vídeo."


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