São Paulo, domingo, 15 de novembro de 1998

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Polícia Civil nega desvios

da Sucursal do Rio

O assessor de imprensa da chefia de Polícia Civil do Rio, Luiz Luz, nega a existência de desvios de órgãos do IML (Instituto Médico Legal) para faculdades de medicina e para rituais de magia negra.
"Não procede, isso é fantasia. Todo órgão retirado é usado apenas para laudo pericial", diz.
De acordo com ele, se algum médico souber de desvios, que faça uma denúncia na Corregedoria da Polícia Civil "e aponte nomes".
Se houver uma denúncia formal sobre desvios de órgãos, Luz afirma que, "se for verdade, será apurada com todo o rigor".
Embora para Luz esses desvios ilegais sejam "fantasia", o delegado-titular da Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Saúde Pública, Pedro Paulo Pinho, afirma: "A gente sempre ouve falar sobre isso".
Pinho é responsável pelas investigações de casos de desvios ilegais de cadáveres de hospitais públicos para faculdades de medicina.
De acordo com ele, será apurada qualquer denúncia sobre pagamentos de propinas para desvios de cadáveres de hospitais públicos para faculdades de medicina.
As investigações sobre o assunto começaram na semana passada, após a família do aposentado Manuel Paulino dos Santos Filhos, que morreu no Hospital Estadual Getúlio Vargas, descobrir seu corpo na Faculdade de Medicina de Teresópolis.
Pinho afirma que, embora tenha ouvido falar de desvios de órgãos de dentro do IML, inclusive para rituais de macumba, nunca esteve à frente de qualquer cargo com atribuição para esse tipo de investigação.
Segundo ele, procedimentos ilegais ocorridos dentro do IML devem ser apurados pela Corregedoria da Polícia Civil.



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