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Cadastro nacional tem só 10% dos motoristas
WILLIAM FRANÇA
da Sucursal de Brasília
O Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), ligado ao Ministério da Justiça, conseguiu cadastrar pouco mais de 10% dos
motoristas habilitados do país no
Renach (Registro Nacional de
Condutores Habilitados) desde
que o Código de Trânsito Brasileiro começou a vigorar.
Até o momento, o cadastro indica cerca de 4,5 milhões de condutores, dentre os mais de 40 milhões estimados. Isso porque, segundo o Denatran, os departamentos de trânsito não estão alimentando o sistema com dados.
Sete Estados ainda não estão sequer ligados ao Renach, entre eles
São Paulo -o maior expedidor de
carteiras de motoristas do país,
numa média de 900 por dia. Também estão fora do sistema Bahia,
Amapá, Roraima, Piauí, Rio
Grande do Norte e Santa Catarina.
O presidente da Abdetran (Associação Brasileira de Detrans), Antonio Carlos de Carvalho, afirmou
que apenas 150 dos cerca de 5.000
municípios do Brasil estarão informatizados e com estrutura adequada para aplicar o código até o
fim de 99.
O Contran (Conselho Nacional
de Trânsito), ao regulamentar o
código, estabeleceu o prazo máximo de 22 de janeiro (um ano de
vigência da nova legislação) para
que todos os Estados estejam interligados.
Poucas suspensões
O diretor-geral do Detran do
Distrito Federal, Luís Miúra, disse
que a estrutura dos Detrans ainda
é precária e ineficiente, em todo o
país, para viabilizar o sistema de
punição.
"Se fosse para punir arbitrariamente seria fácil, porque a legislação é rigorosa ao estabelecer a penalidade, mas benevolente no
procedimento que leva à punição", afirmou.
Desde o novo código, no DF foram cassadas somente 17 carteiras
de habilitação -em todos os casos por flagrantes efetuados pela
fiscalização, nenhuma por pontuação. Nesses casos, ou os motoristas infringiram alguma regra
(dirigir alcoolizado, por exemplo)
ou foram apanhados dirigindo enquanto a carteira estava suspensa
temporariamente.
Segundo Miúra, somente agora,
mais de dez meses depois do novo
código, é que se chegou ao total de
206 motoristas no DF com mais de
20 pontos devido a infrações.
Isso porque, para se chegar à totalização, é preciso reunir dados
em todas as instâncias (departamento de trânsito, Polícias Rodoviárias Estadual e Federal) no período. Depois, é permitido ao condutor multado apresentar recursos em duas instâncias (juntas de
recursos nos Detrans e conselho
estadual de trânsito), que não têm
prazo mínimo para julgamento.
Colaborou a Reportagem Local
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