CHRISTIANNE GONZÁLEZ
da Agência Folha, em Salvador

LUIZ FRANCISCO
e em Santo Antônio de Jesus (BA)

Quatro dias depois, a explosão da fábrica de fogos de artifício em Santo Antônio de Jesus (BA) continua provocando mortes. Desde a noite de anteontem, mais sete pessoas não resistiram aos ferimentos e morreram.
Dados dos IMLs (institutos médicos legais) Nina Rodrigues, em Salvador, e o de Santo Antônio de Jesus (184 km a oeste de Salvador) revelam que 41 pessoas perderam a vida em consequência da explosão ocorrida no final da manhã da última sexta-feira.

Internados
Outras 25 pessoas continuam internadas em estado grave em três hospitais de Salvador ÄHGE (Hospital Geral do Estado), Roberto Santos e Ernesto Simões.
"A maioria das vítimas apresenta queimaduras em mais de 90% da área corpórea", disse Wanderlino Nogueira, diretor do HGE.
Ontem pela manhã, o delegado Suzano Sulivan Macedo de Carvalho encaminhou à Justiça de Santo Antônio de Jesus pedido de prisão preventiva contra o empresário Oswaldo Bastos Prazeres, apontado como proprietário da fábrica que explodiu.
Desde a explosão, o empresário não foi visto mais na cidade. Sua casa, localizada no centro de Santo Antônio de Jesus, está fechada desde a última sexta-feira à tarde.
Também ontem pela manhã os técnicos do Exército concluíram o levantamento do material explosivo estocado na fábrica de fogos.
No início da tarde, os peritos pediram reforço à polícia para isolar completamente a área, em um raio de dois quilômetros.
A medida foi tomada para que os técnicos realizassem com segurança o trabalho de destruição dos explosivos de maior periculosidade.
Os explosivos menos perigosos foram confiscados e transportados em carros especiais para instalações do Exército em Salvador.

Fiscalização
Ontem pela manhã, em uma entrevista à TV Bahia (Rede Globo), o delegado da Divisão de Produtos Controlados, Luciano Patrício, disse que o Exército, a Prefeitura de Santo Antônio de Jesus e a DRT (Delegacia Regional do Trabalho) são os responsáveis pela fiscalização da fábrica de fogos.
"Tudo isso independe da ação policial", declarou o delegado. Patrício disse também que Prazeres poderá ser condenado a 30 anos de prisão.
"Mas é bom ressaltar o seguinte: esse é quarto processo a que ele (o empresário) responde e o Judiciário até hoje não tem decisão em nenhum deles", afirmou o delegado.



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