MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO

Uma operação realizada na madrugada e na tarde de anteontem pela Polícia Federal na região metropolitana do Rio resultou na prisão de três supostos fornecedores de drogas, armas e explosivos para a quadrilha do traficante Irapuan David Lopes, o Gangan, um dos criminosos mais procurados do Estado.
Líder da parceria firmada entre as facções TC (Terceiro Comando) e ADA (Amigo dos Amigos), Gangan foi apontado como o responsável pelo atentado à sede da Prefeitura do Rio, em julho de 2002. O prédio, na Cidade Nova (região central), teve a fachada atingida por tiros.
De acordo com o delegado Antônio Carlos Rayol, da Delepren (Delegacia de Repressão a Entorpecentes) da Superintendência da PF no Rio, com as prisões de ontem, Gangan ficou sem fornecedores de drogas e armas.
O traficante comanda a venda de entorpecentes nos morros de São Carlos e da Coroa (Estácio, zona central), do Querosene (Rio Comprido, zona norte) e da Serrinha (Madureira, zona norte), ainda de acordo com a PF.

Operação
Na ação, chamada de operação "Porto Seguro", os agentes apreenderam 31 kg de cocaína no fundo falso de um carro. A PF informou que o carregamento abasteceria o morro de São Carlos.
De acordo com a PF, foi preso, no local, Nelson Ferreira Gonçalves, o Coroa, que acabara de receber o carro de José Ary de Souza, o João Gordo, detido na ponte Rio-Niterói após escapar de um cerco.
O terceiro preso é Charles Dias de Oliveira, o Daca. Ele estava em Piratininga (praia de Niterói, cidade a 15 km do Rio), quando os agentes federais o prenderam.
De acordo com a PF, além de fornecer drogas para Gangan, Daca é um dos chefes do tráfico de drogas na favela de Acari e no conjunto habitacional Amarelinho (Irajá, zona norte), controlados pela facção criminosa TCP (Terceiro Comando Puro).
De acordo com as investigações, antes de ser preso, Daca tinha se reunido com João Gordo, onde articulara uma entrega de cocaína na favela Vila Vintém (zona oeste), controlada pela ADA, facção rival do TCP. Ele é foragido da cadeia pública da cidade de Barbacena (MG), informou a PF.
Segundo o delegado, gravações telefônicas autorizadas judicialmente comprovam a ligação dos presos com a quadrilha de Gangan e de outros criminosos. A Folha não conseguiu encontrar os advogados dos acusados.


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