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SAÚDE
Procedimento, no entanto, é limitado a áreas do corpo com pouco acúmulo de gordura e não é isento de risco
Técnica causa menos dor em lipoaspiração
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma técnica derivada da lipoaspiração promete eliminar
gordura localizada com anestesia
local, menos dor e recuperação
mais rápida. Porém o procedimento é limitado a áreas do corpo
com pouco acúmulo de gordura e
não é isento de riscos.
A hidrolipoaspiração, como é
chamada a técnica, baseia-se na
aplicação de uma mistura de soro
fisiológico e anestésico nas células
de gordura, que ficam inchadas
-como uma bexiga cheia de
água- e, em tese, são eliminadas
mais rapidamente.
Por meio de um aparelho de ultra-som, são emitidas vibrações
que provocam a ruptura das células gordurosas. Essa gordura, em
estado mais liquefeito, pode então
ser aspirada por meio de seringas
ou minúsculas cânulas.
Na lipo tradicional -feita com
anestesia geral ou peridural-, o
procedimento é mais invasivo,
porém possibilita um resultado
mais definitivo porque a quantidade de gordura a ser aspirada é
maior -até 7% do peso corporal
da pessoa.
"Tira-se mais gordura com menos sangramento. Isso resulta em
menos hematoma e um pós-operatório com menos dor", afirma o
cirurgião plástico Munir Cury,
que atende no hospital Sírio-Libanês. A recuperação também é
mais rápida do que a lipo tradicional, segundo Cury.
Na opinião da cirurgiã plástica
Vera Cardim, uma das diretoras
da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, o resultado da hidrolipoaspiração é bastante limitado,
especialmente porque a técnica é
feita em áreas independentes do
corpo. "Às vezes, é preferível a
boa e velha lipoaspiração", diz.
O médico nutrólogo Alexander
Gomes Azevedo, especializado
em medicina estética, discorda da
limitação de resultados e de possíveis riscos de fibrose. "Já chegamos a tirar quase um litro de gordura em uma única sessão sem
nenhum problema", diz
Azevedo afirma que, quando há
várias regiões com acúmulo de
gordura, pode-se fracionar o tratamento. "Fazemos numa semana o culote, na outra a barriga e na
outra os pneuzinhos", explica.
Para o cirurgião plástico Gustavo Duarte, além de ficar mais caro, o fracionamento do tratamento pode levar à formação de fibrose nas áreas adjacentes à região lipoaspirada, o que pode dificultar
futuros procedimentos.
Outra preocupação dos cirurgiões plásticos é o fato de os centros de medicina estética fazerem
a hidrolipoaspiração nos próprios
consultórios, fora do centro cirúrgico. "É um procedimento invasivo e pode ocorrer lesão vascular.
Tem que ser feito em local que
ofereça condições, inclusive de
reanimação do paciente", afirma
Vera Cardim.
O fato de a técnica poder ser feita com anestesia local também é
preocupante, segundo os cirurgiões plásticos. "Anestesia local
não é inócua. Pode causar intoxicação, dependendo da quantidade usada", afirma Duarte.
Tanto Cury como Cardim acreditam que a anestesia peridural
(aplicada no canal vertebral) seja
mais segura para esse tipo de procedimento, especialmente se a cirurgia for mais extensa (em diferentes regiões ou em uma área
com muita gordura).
Azevedo -que utiliza anestesia
local nos procedimentos-, acredita que, feito em clínicas com todos os recursos exigidos pela Vigilância Sanitária, os riscos com
esse tipo de anestésico são mínimos. Há dois anos e meio, Azevedo usou o próprio corpo para testar a hidrolipoaspiração. De lá para cá, já realizou mais de 2.000
procedimentos com a ajuda de
um cirurgião plástico.
Cada sessão de hidrolipoaspiração dura em torno de duas horas e
custa entre R$ 1.500 e R$ 1.900.
(CLÁUDIA COLLUCCI)
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