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SAÚDE 2
Masato Yokota afirma que há problemas no sistema, mas que plano de saúde precisa apenas ser aperfeiçoado
PAS é legal e irreversível, diz secretário
da Reportagem Local
O administrador de empresas e
secretário municipal da Saúde São
Paulo, Masato Yokota, afirma que
a implantação do PAS é ``irreversível'' e que ``o plano precisa apenas ser aperfeiçoado''.
``Não vejo a possibilidade de o
PAS ser extinto algum dia e da volta do sistema de saúde antigo. Poderá no máximo ter algumas modificações em sua estrutura, mas
vai continuar.''
Aos 53 anos, Yokota diz estar
``consciente das muitas dificuldades'' que tem e terá de enfrentar.
Diz estar ``tranquilo, seguro'' e
que ``enfrentar batalhas no setor
público não é novidade''.
No início da década de 80, Yokota pertenceu à direção da estatal
Eletrobrás.
``Na empresa, eu fui responsável
pela renegociação e rolagem de dívidas de US$ 8 bilhões. Isso representava quase 10% da dívida externa do Brasil'', diz.
O secretário faz críticas também
às gerenciadoras. Leia, a seguir, os
principais trechos da entrevista
exclusiva com Masato Yokota, feita na sexta-feira.
Folha - O PAS está sendo colocado em xeque jurídica, financeira e
administrativamente. Por quê?
Masato Yokota - No campo
operacional, nós vamos manter a
estrutura básica do PAS e vamos
aperfeiçoar aspectos que não estão
adequados. Eu diria que agora surgiu outro aspecto, nosso acordo
com a Secretaria Estadual da Saúde (leia texto na página anterior).
Com esse acordo vamos redimensionar o atendimento. Onde
houver duas unidades, Estado e
município, fecharemos uma. Onde faltar, abriremos outra.
Folha - E o aspecto jurídico?
Yokota - Quanto a isso estou
convicto que o PAS é legal, porque
foi aprovado pela Câmara. O mesmo quanto aos procedimentos de
contratações e compras.
Sob o ponto de vista gerencial, o
próprio PAS prevê sistemas de auditoria e fiscalização que não foram integralmente implantados.
Temos que ter também um sistema de auditoria de procedimentos
médicos. Isso estamos fazendo.
Folha - O senhor admite que as
gerenciadoras assumiram suas
funções sem experiência. Isso não
causou um caos operacional?
Yokota - Estamos estabelecendo uma metodologia de trabalho
para essas unidades. Esse trabalho
será feito em paralelo a uma redefinição das funções dos diversos
órgãos dos módulos.
Folha - Isso não está demorando
demais? O PAS já tem um ano....
Yokota - Olha, isso pode demorar mais do que todos nós queremos. Ainda este ano a maioria desses sistemas estará montado. É um
processo gradativo.
Folha - O fato de a prefeitura ter
colocado empresas inexperientes
para gerenciar os módulos não
prejudicou o sistema?
Yokota - Com certeza, a produtividade dessas empresas não foi a
esperada. Se a escolha tivesse sido
direcionada para empresas com
outra qualificação, para o serviço
específico, os resultados teriam sido melhores. Não há dúvidas.
Folha - A estrutura do PAS é bastante complexa e burocrática. O
que pode ser feito para resolver
esse problema?
Yokota - Estamos redimensionando os direitos e responsabilidades de cada órgão do plano, o
que ainda não está tão definido
quanto deveria. É o caso das gerenciadores, cuja função não está clara ainda.
Folha - Haverá um enxugamento
nos quadros do PAS?
Yokota - Quando precisarmos
reduzir os quadros, reduziremos.
Estamos estudando uma gama
muito variada de itens. A curto
prazo, não sei. Mas a médio e longo, com certeza. Até porque aumentaremos a produtividade.
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