São Paulo, domingo, 16 de fevereiro de 1997.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

SAÚDE 2
Masato Yokota afirma que há problemas no sistema, mas que plano de saúde precisa apenas ser aperfeiçoado
PAS é legal e irreversível, diz secretário

da Reportagem Local

O administrador de empresas e secretário municipal da Saúde São Paulo, Masato Yokota, afirma que a implantação do PAS é ``irreversível'' e que ``o plano precisa apenas ser aperfeiçoado''.
``Não vejo a possibilidade de o PAS ser extinto algum dia e da volta do sistema de saúde antigo. Poderá no máximo ter algumas modificações em sua estrutura, mas vai continuar.''
Aos 53 anos, Yokota diz estar ``consciente das muitas dificuldades'' que tem e terá de enfrentar. Diz estar ``tranquilo, seguro'' e que ``enfrentar batalhas no setor público não é novidade''.
No início da década de 80, Yokota pertenceu à direção da estatal Eletrobrás.
``Na empresa, eu fui responsável pela renegociação e rolagem de dívidas de US$ 8 bilhões. Isso representava quase 10% da dívida externa do Brasil'', diz.
O secretário faz críticas também às gerenciadoras. Leia, a seguir, os principais trechos da entrevista exclusiva com Masato Yokota, feita na sexta-feira.

Folha - O PAS está sendo colocado em xeque jurídica, financeira e administrativamente. Por quê?
Masato Yokota -
No campo operacional, nós vamos manter a estrutura básica do PAS e vamos aperfeiçoar aspectos que não estão adequados. Eu diria que agora surgiu outro aspecto, nosso acordo com a Secretaria Estadual da Saúde (leia texto na página anterior).
Com esse acordo vamos redimensionar o atendimento. Onde houver duas unidades, Estado e município, fecharemos uma. Onde faltar, abriremos outra.
Folha - E o aspecto jurídico?
Yokota -
Quanto a isso estou convicto que o PAS é legal, porque foi aprovado pela Câmara. O mesmo quanto aos procedimentos de contratações e compras.
Sob o ponto de vista gerencial, o próprio PAS prevê sistemas de auditoria e fiscalização que não foram integralmente implantados.
Temos que ter também um sistema de auditoria de procedimentos médicos. Isso estamos fazendo.
Folha - O senhor admite que as gerenciadoras assumiram suas funções sem experiência. Isso não causou um caos operacional?
Yokota -
Estamos estabelecendo uma metodologia de trabalho para essas unidades. Esse trabalho será feito em paralelo a uma redefinição das funções dos diversos órgãos dos módulos.
Folha - Isso não está demorando demais? O PAS já tem um ano....
Yokota -
Olha, isso pode demorar mais do que todos nós queremos. Ainda este ano a maioria desses sistemas estará montado. É um processo gradativo.
Folha - O fato de a prefeitura ter colocado empresas inexperientes para gerenciar os módulos não prejudicou o sistema?
Yokota -
Com certeza, a produtividade dessas empresas não foi a esperada. Se a escolha tivesse sido direcionada para empresas com outra qualificação, para o serviço específico, os resultados teriam sido melhores. Não há dúvidas.
Folha - A estrutura do PAS é bastante complexa e burocrática. O que pode ser feito para resolver esse problema?
Yokota -
Estamos redimensionando os direitos e responsabilidades de cada órgão do plano, o que ainda não está tão definido quanto deveria. É o caso das gerenciadores, cuja função não está clara ainda.
Folha - Haverá um enxugamento nos quadros do PAS?
Yokota -
Quando precisarmos reduzir os quadros, reduziremos. Estamos estudando uma gama muito variada de itens. A curto prazo, não sei. Mas a médio e longo, com certeza. Até porque aumentaremos a produtividade.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright 1996 Empresa Folha da Manhã