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Módulo leste do Sims pode sofrer intervenção
MELISSA DINIZ
DA REPORTAGEM LOCAL
A redução no número de atendimentos nos hospitais e postos
de saúde da zona leste, vinculados
ao Sims (Sistema Integrado Municipal de Saúde), fez a prefeitura
anunciar que deve intervir no
módulo leste.
Descontos de 30% nos salários
dos funcionários da cooperativa
resultaram em descontentamento
dos médicos e prejuízo para a população.
Ontem, funcionários cooperados que atuam no Hospital Tide
Setúbal, em São Miguel Paulista,
diminuíram de 600 para 100 o número de atendimentos. Os doentes aguardavam até seis horas por
uma consulta. Nos postos Júlio
Tupy, Atualpa e São Carlos, eles
não estavam sendo atendidos.
No mês passado, um comunicado que circulou no hospital (ao
qual a Folha teve acesso) alegava
que, com a diminuição da verba
pela prefeitura, os cooperados receberiam apenas 90% do salário.
O resto seria repassado do dia
25 do mês passado, segundo José
Fernando Pontes, presidente da
cooperativa que atende o módulo.
Neste mês, um novo comunicado informou aos cooperados que
haveria outra redução dos salários, agora de 20%, que seriam pagos mediante a segunda remessa
de fevereiro, no final do mês.
A reportagem procurou José
Fernando Pontes, que alegou que
o corte nos salários se deve à redução da verba pela prefeitura.
No mês passado, a prefeitura
anunciou um corte na verba das
cooperativas, reduzindo de R$ 40
milhões para R$ 36 milhões o dinheiro repassado.
O médico Henrique Carlos
Gonçalves, responsável por uma
comissão que analisa a situação
dos módulos do Sims para a prefeitura, disse que a redução não
justifica corte nos salários.
"Fizemos uma adequação da
verba, pois percebemos que o valor repassado era superestimado.
(...) A cooperativa deve rever os
contratos com fornecedores e não
cortar salários", disse.
Gonçalves afirmou que, se for
verificado o prejuízo para a população, a prefeitura vai tomar medidas drásticas e intervir na zona
leste, como já está fazendo no módulo central desde janeiro.
Desavisadas do protesto do médicos, dezenas de pessoas aglomeravam-se na sala de espera e na
frente do hospital Tide Setúbal.
O perueiro Jackson dos Santos,
38, que está com um tumor no
joelho, reclamava de dor e de estar
esperando por cinco horas. "Nós
não temos culpa que eles não receberam o salário. Se não for atendido, vou fazer um escândalo."
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