São Paulo, quarta-feira, 16 de fevereiro de 2005

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VIOLÊNCIA

Polícia descarta que casal tenha sido assassinado após assalto; corpos foram encontrados de manhã pelo filho dele

Arquiteto e namorada são mortos em casa

DA REPORTAGEM LOCAL
DO "AGORA"

O arquiteto Marcio Fernando Valadão, 47, e sua namorada, a enfermeira Maria Vilma Pinto de Oliveira, 39, foram encontrados mortos ontem de manhã na casa dele, na Saúde (zona sul de SP).
O filho de Valadão, Rafael, 15, foi a primeira pessoa a chegar na casa, onde o arquiteto morava havia três anos, no início da manhã.
Os corpos estavam em um dos quartos da casa, que abrigava também a empresa de jardinagem de Valadão. O arquiteto, que estava amarrado, recebeu uma facada, e a enfermeira foi estrangulada com um fio telefônico.
Segundo a Polícia Civil, o principal suspeito é um ex-funcionário de Valadão, que já havia sido preso por porte ilegal de arma e, da cadeia, teria exigido que o patrão lhe pagasse um advogado.
Além de Rafael, Valadão também tinha uma filha de 13 anos. Maria Vilma também tinha uma filha, de 18 anos. O casal namorava havia cerca de um ano.
Maria Vilma trabalhava no posto de saúde Humberto Fausto Bodra, no bairro de Sapopemba (zona leste de SP), e sempre ia à casa de Valadão ajudá-lo -recentemente, o arquiteto fora submetido a uma cirurgia.
A polícia acredita que os criminosos tenham entrado na casa com a concordância das vítimas, já que não havia sinais de arrombamento ou de luta. Os assassinos levaram uma perua e uma moto, além de eletrodomésticos.
Além disso, o cão do arquiteto, um cocker, não latiu anteontem à noite, conforme vizinhos.
Como a mesa para o jantar estava posta, sem que tivesse sido tocada, há a suspeita de que os criminosos tenham entrado na casa no início da noite de anteontem.
Para os peritos e investigadores do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), que vasculharam a casa em busca de pistas, apesar de objetos terem sido levados, as mortes não foram cometidas como conseqüência de um assalto. O crime de latrocínio (roubo seguido de morte), inclusive, já está praticamente descartado na linha de investigação da Polícia Civil de São Paulo.
"Não há sinais de arrombamento e, provavelmente, uma das vítimas abriu o portão da casa para que as pessoas pudessem entrar. Isso indica que quem abriu o portão conhecia os autores dos crimes", disse o delegado do DHPP Laerte Marzagão.
De acordo com a vizinha de Valadão Queila Souza Novaes, 40, o arquiteto era tranqüilo e nunca teve problemas com os vizinhos. Familiares do casal estiveram no local durante a manhã de ontem e disseram que nenhum dos dois possuía inimigos.


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