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Reconstituição da morte de João Hélio é realizada sob protestos de moradores
TALITA FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DO RIO
Com o objetivo de fazer medições e fotografias para conferir as informações prestadas
por testemunhas, a polícia refez ontem o caminho de 7 quilômetros por onde o corpo do
pequeno João Hélio Fernandes
Vieites, 6, foi arrastado preso
num cinto de segurança depois
do roubo do carro de sua mãe
há dez dias.
As informações farão parte
do laudo técnico que vai embasar o processo.
Durante todo o percurso,
pessoas seguiram o grupo de
policiais. Alguns moradores
puseram panos pretos em frente às casas. A polícia desistiu de
usar um boneco de madeira
que iria representar o menino
para não chocar a população.
Em vez disso, a cada um dos oito pontos que paravam, os policiais usavam uma seta vermelha de papelão para marcar onde estava o menino.
A cinco metros do local do assalto, um grupo mostrava um
cartaz com a inscrição: "Os moradores de Oswaldo Cruz também estão de luto. Viemos por
meio deste homenagear [João]
e pedir paz".
Da remontagem da cena não
participaram as três testemunhas, nem os acusados. Os primeiros não queriam se expor, já
os acusados não foram levados
para não serem linchados pela
população.
O juiz da 2ª Vara da Infância
e Juventude do Rio de Janeiro,
Guaraci de Campos Vianna,
afirmou ontem que se o jovem
de 16 anos envolvido no assassinato do garoto João Hélio se
mostrar "recuperado num prazo razoável", ele pode sair do
regime fechado de internação
antes de três anos.
O juiz, responsável pelo julgamento do envolvimento do
adolescente, esteve em Brasília
em visita à Câmara dos Deputados e disse que não vai tomar
decisões movido pela "paixão".
"Procuro sempre manter uma
isenção no sentido de analisar a
questão da maneira mais profissional possível", afirmou.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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