São Paulo, sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

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Reconstituição da morte de João Hélio é realizada sob protestos de moradores

TALITA FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DO RIO

Com o objetivo de fazer medições e fotografias para conferir as informações prestadas por testemunhas, a polícia refez ontem o caminho de 7 quilômetros por onde o corpo do pequeno João Hélio Fernandes Vieites, 6, foi arrastado preso num cinto de segurança depois do roubo do carro de sua mãe há dez dias.
As informações farão parte do laudo técnico que vai embasar o processo.
Durante todo o percurso, pessoas seguiram o grupo de policiais. Alguns moradores puseram panos pretos em frente às casas. A polícia desistiu de usar um boneco de madeira que iria representar o menino para não chocar a população. Em vez disso, a cada um dos oito pontos que paravam, os policiais usavam uma seta vermelha de papelão para marcar onde estava o menino.
A cinco metros do local do assalto, um grupo mostrava um cartaz com a inscrição: "Os moradores de Oswaldo Cruz também estão de luto. Viemos por meio deste homenagear [João] e pedir paz".
Da remontagem da cena não participaram as três testemunhas, nem os acusados. Os primeiros não queriam se expor, já os acusados não foram levados para não serem linchados pela população.
O juiz da 2ª Vara da Infância e Juventude do Rio de Janeiro, Guaraci de Campos Vianna, afirmou ontem que se o jovem de 16 anos envolvido no assassinato do garoto João Hélio se mostrar "recuperado num prazo razoável", ele pode sair do regime fechado de internação antes de três anos.
O juiz, responsável pelo julgamento do envolvimento do adolescente, esteve em Brasília em visita à Câmara dos Deputados e disse que não vai tomar decisões movido pela "paixão". "Procuro sempre manter uma isenção no sentido de analisar a questão da maneira mais profissional possível", afirmou.


Colaborou a Sucursal de Brasília


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