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Plataforma é a maior em capacidade de produção
ANTONIO CARLOS DE FARIA
SABRINA PETRY
DA SUCURSAL DO RIO
A plataforma P-36, localizada na
bacia de Campos, a 120 km de distância da costa brasileira, em alto-mar, é considerada o "coração"
do campo do Roncador, o mais
novo e maior campo dessa área de
exploração.
Ela foi construída em 1994 por
um grupo italiano e é alvo de uma
disputa judicial entre a Petrobras
e a empresa brasileira de engenharia Marítima, que em 1997 foi
contratada para adaptá-la para o
trabalho no Brasil.
Depois de atrasos nos prazos
para entrega do equipamento, a
Petrobras, em 1999, resolveu gerenciar ela mesma as obras de
adaptação, que a Marítima havia
subcontratado com grupos canadenses.
O contrato entre a Petrobras e a
Marítima para a P-36 é estimado
em US$ 350 milhões.
Cancelamento
Além de problemas com a P-36,
houve cancelamento de contrato
entre as duas empresas em relação a mais duas plataformas, também motivado por atrasos.
Ontem, depois do acidente, a
Marítima não quis se pronunciar
sobre o assunto.
A plataforma P-36 está segurada em US$ 500 milhões, para perda total, por um consórcio de
companhias de seguro capitaneado pelo Bradesco.
Em operação desde 16 de maio
do ano passado, a P-36 é a maior
do mundo em capacidade final de
produção.
De acordo com a Petrobras, são
180 mil barris de petróleo (aproximadamente 15% de toda a produção nacional) e 7,2 milhões de
metros cúbicos de gás por dia (o
triplo da quantidade consumida
diariamente no Estado do Rio de
Janeiro).
As reservas do campo do Roncador, situado em águas profundas (de 1.500 a 2.000 metros de
profundidade) e descoberto em
outubro de 1996, estão estimadas
em 3 bilhões de barris de óleo e
gás natural.
No entanto, como o campo do
Roncador estava em início de exploração, a produção diária era de
80 mil barris.
Transformação
A P-36 foi construída, inicialmente, como plataforma perfuradora, pela empresa italiana Fincantieri. Em 1997, começou a ser
reformada para se transformar
em uma plataforma concentradora (perfuradora e processadora
no mesmo local).
Localizada numa área de 1.360
metros de profundidade, a P-36
interliga 21 poços de produção de
petróleo e cinco poços de injeção
de água. A água é utilizada para
facilitar a retirada do petróleo.
A plataforma P-36 pesa cerca de
31 mil toneladas, mas, carregada,
pode chegar a 56,5 mil toneladas,
e tem a altura de um prédio de 40
andares.
Antes da reforma, ela tinha capacidade para acomodar 115 pessoas, o que foi ampliado para 195,
de acordo com informações da
Petrobras.
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