DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso, por meio de nota oficial, "lamentou profundamente" o acidente na plataforma P-36 da Petrobras, na Bacia de Campos (RJ), e assegurou "integral solidariedade" para as famílias das vítimas.
FHC soube do acidente por volta das 8h10 pelo ministro Pedro Parente (Casa Civil), que havia sido avisado pelo presidente da Petrobras, Henry Philippe Reichstul, às 6h.
Parente chegou a ligar para FHC tão logo soube da notícia, mas o ajudante-de-ordens de plantão preferiu não acordar o presidente. Enquanto aguardava FHC, Parente conversou novamente com Reichstul e com o ministro de Minas e Energia, José Jorge, e sugeriu que ele embarcasse para o Rio para acompanhar de perto o trabalho. Ao saber do acidente, FHC determinou a ida de José Jorge ao Rio.
O Palácio do Planalto assegurou que Reichstul tem grande prestígio como presidente da empresa, mas ressaltou a falta de sorte dele nos incidentes envolvendo a Petrobras.
Segundo Parente, o presidente demonstrou preocupação, principalmente com as vítimas.
"O presidente lamenta profundamente a ocorrência de vítimas, inclusive fatais, e manifesta sua integral solidariedade às famílias nesse momento de aflição e dor", diz a nota oficial divulgada por volta das 13h30.
"O dr. Philippe Reichstul assegurou que a empresa não medirá esforços para atender a vítimas e suas famílias. Ainda de acordo com as informações do presidente da Petrobras, até o momento, não ocorreram danos ambientais", afirma a nota oficial.

"Exportador"
Apenas dois dias antes do acidente na plataforma P-36 da Petrobras, o presidente Fernando Henrique Cardoso havia voltado a afirmar que ele continua alimentando o sonho de o Brasil deixar de ser importador para se tornar exportador de petróleo. Naquele dia, ele afirmou que "a Petrobras está mais forte do que nunca".
"Na área do petróleo, é possível que o Brasil se transforme -meu Deus! Sonho meu!- em exportador de petróleo. Exportador! É alguma coisa que modifica muito", afirmou.
As afirmações foram feitas em dois momentos, sendo um deles na última terça-feira, durante a posse do ministro de Minas e Energia, José Jorge.
Henry Philippe Reichstul estava presente à cerimônia e acenava afirmativamente quando FHC citava as metas de exploração.


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