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Acidente trará prejuízo de US$ 50 mi por mês
DA SUCURSAL DO RIO
O acidente com a plataforma
causará um prejuízo de cerca de
US$ 50 milhões mensais à Petrobras, segundo o diretor financeiro
da empresa, Ronnie Vaz Moreira.
A perda é considerada pequena
pela empresa, diante do faturamento anual, que atingiu no ano
passado US$ 27 bilhões. Essa análise é feita pelo gerente de relacionamento com investidores da Petrobras, Luiz Fernando Nogueira,
que ontem passou o dia atendendo telefonemas nervosos de corretoras e acionistas da empresa.
Nogueira atribuiu a esse nervosismo a queda de até 5,5% no valor das ações da Petrobras durante o dia de ontem. Porém, considerou que essa movimentação
não foi preocupante, pois desde o
mês passado as ações vinham se
valorizando. "Nenhum investidor
vai sair perdendo com o acidente", disse. Para Nogueira, a maior
preocupação dos investidores é
sobre a possibilidade de perda total da plataforma. "Todos querem
saber se está adernando além do
limite possível para recuperação."
O presidente da Petrobras, Henri Philippe Reichstul, disse que
os riscos de perda total da plataforma só vão poder ser avaliados
hoje e que ainda não é possível
um cálculo total dos prejuízos
causados pelo acidente. Ele enfatizou que não haverá problemas de
abastecimento. A Petrobras já está preparando uma operação de
importação suplementar de petróleo, para que não haja reflexos
da quebra de produção.
A plataforma é responsável por
6% da produção atual de petróleo
do país, estimada em 1,33 mil barris diários pela Petrobras, com
meta de 1,42 mil barris para o final
do ano, o que deve ser revisto. A
capacidade final de produção da
P-36, de 180 mil barris diários, só
seria atingida em 2003.
Caso haja perda total, o seguro
da plataforma está estimado em
US$ 500 milhões, valor estipulado
para equipamentos e estrutura.
Não há cobertura para lucros cessantes. Nogueira diz que a Petrobras tem plena capacidade de absorver os prejuízos, sem afetar o
seu desempenho financeiro.
Bolsa
As ações preferenciais da Petrobras despencaram 6,7% ontem na
Bovespa. O comprometimento de
parte da produção da empresa
após o acidente não agradou aos
investidores, que venderam as
ações durante toda a tarde.
Os trabalhadores que utilizaram
parte do FGTS para aplicar nos
fundos Petrobras criados no ano
passado também tiveram perdas
ontem. Esses fundos são formados por outra ação da empresa, a
de tipo ON (ordinárias, que dão
direito a voto), que caiu 4,6%. Os
negócios com o papel PN da Petrobras lideraram os negócios na
Bolsa paulista, com mais de 23%
do volume total negociado.
Apesar da queda, os ganhos de
quem tem as ações em seu poder
não ficaram comprometidos: até
o fechamento do pregão de quarta-feira, os papéis acumulavam
lucro de 18% neste ano.
Colaborou Fabricio Vieira, da Reportagem Local
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