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ACIDENTE EM ALTO-MAR
Especialistas temem rompimento na tubulação de exploração; Petrobras descarta essa possibilidade
Risco ambiental é pequeno, mas existe
MARIANA VIVEIROS
DA REPORTAGEM LOCAL
O risco de contaminação do
ambiente em consequência do
acidente na plataforma 36 da Petrobras é pequeno, mas não está
descartado pelos ambientalistas.
A P-36 não armazena óleo, nem
faz transporte do material por
meio de dutos -como acontece
numa refinaria, por exemplo.
Praticamente tudo que é retirado
do fundo do mar (80 mil barris
diários de petróleo, ou cerca de
13,5 milhões de litros) é logo
transportado para longe do local.
O maior problema, segundo
ambientalistas ouvidos pela Folha, estaria num possível rompimento na tubulação de exploração -que extrai o petróleo diretamente do poço.
A possibilidade, entretanto, é
descartada pela Petrobras e pelo
especialista em segurança Moacyr
Duarte, da Coppe-UFRJ.
De acordo com Duarte, a extração é paralisada assim que se tem
notícia de qualquer problema na
plataforma. "Uma válvula suspende a drenagem de petróleo",
afirma ele, que considera "remota" a probabilidade de um acidente ambiental.
Caso a plataforma afunde, o vazamento será de cerca de 1,5 milhão de litros, afirma a Petrobras.
"Só isso já seria muito significativo", alega Délcio Rodrigues, diretor de campanhas do Greenpeace.
O óleo que eventualmente seja
despejado pode ser levado pelas
correntes marítimas para a região
das praias e mangues de Campos,
onde causará grande impacto na
avaliação da ONG.
Se for levado para alto-mar, as
consequências são imprevisíveis.
Tempo
Mesmo o Greenpeace admite,
porém, que o risco de uma contaminação nas dimensões da que
foi registrada em julho do ano
passado, quando um vazamento
de óleo de um duto da Petrobras
atingiu o rio Iguaçu (no Paraná) e
suas margens, é pequeno.
"Há tempo de conter o problema, mas, como a primeira preocupação é salvar as pessoas, esse
tempo pode se esgotar", diz Rodrigues. O problema no caso do
afundamento da plataforma não
seria só o óleo, afirma, mas também produtos tóxicos, tintas e até
material radioativo que são usados na operação das plataformas.
Os ambientalistas estão de
prontidão, aguardando o que será
feito pela Petrobras. "Não há muito o que fazer agora. Existem recursos de engenharia que podem
evitar um desastre que já é previsível", afirma Rodrigues.
Um grupo de ativistas da ONG
estaria se deslocando ontem para
a região onde ocorreram as explosões, a fim de acompanhar o trabalho dos técnicos da Petrobras.
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