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BLECAUTE
Empresa diz que parte da responsabilidade pelo atraso deve ser creditada a problemas na religação do sistema
Energia demorou para voltar, admite ONS
CHICO SANTOS
da Sucursal do Rio
O presidente
do ONS (Operador Nacional do
Sistema Elétrico), Mario Santos, disse ontem
que o restabelecimento do fornecimento de energia elétrica após
o blecaute da última quinta foi demorado e que é possível investir
em soluções para encurtar esse
tempo em problemas futuros.
Rio e São Paulo chegaram a ficar
até 4 horas e 15 minutos sem luz.
"O tempo de restabelecimento
tem de ser menor. Foi elevado, e
nós estamos tentando tirar ensinamentos sobre isso", afirmou.
O ONS é uma empresa sem fins
lucrativos criada pelas empresas
do setor elétrico para gerenciar a
operação interligada do sistema.
Segundo Santos, uma das formas
de reduzir o tempo de religação é
"dotar o centro de operações da
ONS de recursos para ter mais informações do que acontece em
tempo real". Ele disse que são necessárias obras de duplicação de linhas nas áreas mais críticas.
Ele afirmou que hoje deverá ser
entregue ao governo e às empresas
do setor o relatório com as conclusões dos técnicos sobre o acidente.
Santos voltou a afirmar que o
blecaute foi causado pela queda de
um raio na subestação da Cesp em
Bauru. "Nós trabalhamos em cima
de informações da Cesp. Se os engenheiros e diretores da Cesp trouxeram essas informações, claro
que preferimos respeitá-las."
A declaração foi feita ao responder a uma pergunta sobre o questionamento feito por Hamilton
Spagolla, gerente da Cesp em Bauru. Para Spagolla, apenas o raio
não seria suficiente para causar
um blecaute como o que ocorreu.
Santos citou exemplos do passado para fortalecer a tese de que um
problema isolado pode causar acidentes. Segundo ele, em 84 houve
um blecaute geral causado pela
quebra de um transformador em
Jaguara (MG). Em 85, uma queimada sob as linhas de transmissão
da hidrelétrica de Marimbondo
(divisa de MG e SP) seria a causa de
um novo apagão.
Para Santos, o problema de agora
é que o tempo de religação foi
maior. Segundo ele, parte da responsabilidade pela demora deve
ser creditada a problemas na fase
de religação do sistema.
Um desses problemas acontecido na subestação de Jacarepaguá
(zona oeste), pertencente a Furnas
Centrais Elétricas. Outro problema teria ocorrido na hidrelétrica
de Marimbondo, de Furnas.
O diretor do ONS Carlos Ribeiro
disse que a queda do raio em Bauru não necessariamente provocaria o desligamento em cadeia. Ele
disse que o raio pegou a corrente
de energia em um momento de oscilação favorável à ocorrência, e isso não tem como ser controlado.
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