DO "AGORA"

O complexo Franco da Rocha da Febem teve três rebeliões em menos de 18 horas, entre as 23h30 de anteontem e as 17h de ontem. O saldo foi de cinco fugas, funcionários reféns e pelo menos seis infratores agredidos.
A primeira rebelião teve início às 23h30 de anteontem e terminou às 3h, na unidade 29. O resultado foram cinco internos foragidos, outros seis do "seguro" (ameaçados de morte) feridos e funcionários reféns. O motim, segundo a Febem, se alastrou para as unidades 21 e 25.
Na unidade 30, ocorreram duas rebeliões, a primeira delas, das 9h40 às 11h30. Como resultado, colchões foram queimados, os telhados do local foram tomados e internos, feitos reféns.
"Paz" e "Estamos sendo espancados" foram palavras escritas em colchões estendidos no telhado.
A terceira rebelião do dia, a segunda na unidade 30, teve início às 16h10, após a saída da Polícia Militar. Policiais da força tática da PM dispararam balas de borracha e bombas de efeito moral contra os rebelados.
Durante a revista da manhã, alguns internos estavam mancando e tinham braços enfaixados. A Febem não informou o número total de feridos nas três rebeliões.
"De manhã, eles conseguiram dominar tudo", disse Antonia Marchi, que trabalha como assistente na unidade 30. Ela contou que, ao lado de outros colegas, saiu correndo da unidade para não virar reféns.
Marchi, que diz ganhar R$ 210 para trabalhar como assistente na Frente de Trabalho do governo estadual, foi refém em outra rebelião e chorou ontem ao falar do novo motim.

Fugas
No último sábado, 121 internos fugiram da unidade 30. Entre eles, estavam Fábio Paulino, 20, o Batoré, Weberson de Paula Lima, 19 -irmão do sequestrador Andinho- , e Edvaldo de Araújo Lima, 18, o Baianinho.
Até a conclusão desta edição, ontem, 65 internos da unidade 30 haviam sido capturados. Segundo a polícia apurou com os infratores levados de volta à instituição, antes de fugir Batoré teria dito que tinha a intenção de invadir o "seguro" e matar desafetos.


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