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Entidade fez 1 greve a cada 5 dias, diz Tatto
DA REPORTAGEM LOCAL
O sindicato dos motoristas e cobradores de ônibus de São Paulo
já realizou 178 greves parciais ou
gerais durante a administração
Marta Suplicy (PT) -uma a cada
cinco dias, em média-, conforme levantamento entregue ao Ministério Público por Jilmar Tatto,
secretário dos Transportes.
O relatório, feito pela SPTrans
(empresa municipal que cuida do
setor) a pedido de Tatto, também
aponta que 58,7 milhões de viagens deixaram de ser realizadas
desde janeiro de 2001 (equivalentes ao total de passageiros de 17
dias úteis) e estima em R$ 100 milhões os prejuízos ao sistema causados pelas ações dos sindicalistas
-suficiente para a compra 700
ônibus, 7% da frota paulistana.
"Os dados mostram a indústria
da greve em São Paulo", afirmou
Tatto. Ele disse ter pedido esse levantamento por conta das investigações dos ministérios públicos
Federal e Estadual. Eles apuram
denúncias de que empresários de
ônibus dariam dinheiro a sindicalistas para incentivar paralisações
e pressionar a prefeitura a elevar
tarifas ou dar subsídios.
O levantamento da SPTrans
também diz que, nos últimos dois
anos e quatro meses, 2.287 ônibus
foram danificados -23% da frota. Segundo Tatto, 928 (40%) foram atingidos por integrantes do
sindicato dos condutores. O número inclui veículos que foram
incendiados, depredados ou que
tiveram os pneus esvaziados.
Pelos dados entregues ao Ministério Público, neste ano já houve
13 greves, atingindo 15,1 milhões
de passageiros, com 660 ônibus
danificados. O sistema deixou de
arrecadar R$ 25,7 milhões.
A Folha não conseguiu contato
com Edivaldo Santiago, presidente do sindicato dos condutores.
Ele não respondeu aos recados
deixados por volta das 18h.
Dossiê
O procurador Sérgio Gardenghi
Suiama disse que pediria ontem à
Receita Federal um dossiê de mais
13 sindicalistas que representam
os motoristas e cobradores de
ônibus e que foram acusados em
depoimentos recolhidos pela Polícia Federal de terem recebido dinheiro extra de donos de viações.
Suiama, que já levantou as informações de seis diretores da entidade, pedirá ainda a quebra dos
sigilos bancário e fiscal deles. Ele
diz que, em alguns casos, a movimentação bancária "dobra, triplica ou quadruplica" após a posse
na direção da entidade.
(AI)
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