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PÂNICO EM BARUERI
Pessoas que vivem próximas ao local do vazamento tiveram que deixar as casas e foram levadas para escolas
Moradores passam o dia atrás de barreiras
SÉRGIO DURAN
DA REPORTAGEM LOCAL
Os moradores dos locais próximos ao vazamento do gasoduto
passaram praticamente todo o dia
de ontem em barreiras de proteção montadas pela Polícia Militar.
No início da noite, eles foram levados para escolas de Barueri, na
Grande São Paulo, onde foram
cadastrados pela Petrobras, que
prometeu hospedá-los em hotéis
de Osasco, cidade vizinha.
Por volta das 23h, ônibus começaram a sair da escola estadual
Prefeito Nestor de Camargo, onde
havia cerca de 2.000 pessoas, para
os hotéis David Plaza e Volare.
O governador Geraldo Alckmin
(PSDB) chegou à escola às 21h40.
Nesse momento, os moradores
estavam esperando pelo jantar
prometido pela Petrobras, que só
foi oferecido pouco antes do embarque nos ônibus.
Os moradores tiveram que sair
de casa por volta das 10h30. A PM
obrigou-os a ficar atrás de barreiras, em distâncias que variavam
de 200 a 300 metros do gasoduto
onde houve o vazamento.
A ordem era que esperassem na
rua por informações de funcionários da Petrobras ou da polícia.
Na rua Caetés, no Jardim Mutinga -que fica na divisa entre
Barueri e Carapicuíba, na Grande
São Paulo-, estavam concentradas cerca de 300 pessoas, a maioria crianças pequenas. Dois funcionários da Petrobras distribuíram água e refrigerantes.
Às 16h30, os funcionários informaram que haveria distribuição
de comida. As crianças formaram
fila e ficaram esperando até as
18h, quando os mesmos funcionários informaram que a empresa
havia mudado de planos.
Nesse momento, o cheiro de gás
estava mais forte, o que levou os
funcionários da Petrobras a evacuarem o local. Pouco antes das
19h, ônibus começaram a levar as
pessoas para escolas próximas.
"Eles não falam a verdade para a
gente. Só ficam enganado. Quando choveu óleo no Tamboré [condomínio em Barueri que sofreu
vazamento há cerca de três semanas", os marajás foram todos para
um hotel", disse a dona-de-casa
Ednalva Soares Silva, 43.
O maior medo da população
que foi obrigada a deixar suas casas era de houvessem furtos. A
dona-de-casa Luzinete Barbosa,
34, tentou, sem sucesso, furar o
bloqueio da polícia para trancar
sua casa. "Deixei minha casa toda
aberta. Quando eu voltar e não tiver mais nada, a Petrobras vai dar
de volta as minhas coisas?"
Três mulheres ignoraram a advertência dos policiais e desceram
em direção à rua Vertentes, a poucos metros do local do acidente,
para pegar documentos em suas
casas. Duas voltaram para a barreira de proteção passando mal e
foram levadas para o Pronto-Socorro Central de Barueri.
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