São Paulo, domingo, 16 de junho de 2002

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Colégio do Estado tem salas ociosas

DA REPORTAGEM LOCAL

A falta de vagas em Paraisópolis esbarra num problema antigo da rede de ensino público da capital: a falta de diálogo entre os governos estadual e municipal.
A titular da coordenadoria de ensino da capital e Grande São Paulo, Neusa Rodrigues da Fonseca Abreu, diz que na escola estadual Paraisópolis 3, recém-inaugurada, há quatro salas ociosas durante dois períodos, que poderiam receber 420 alunos.
"Não temos notícias de crianças fora da escola", afirma Neusa, explicando que, se a prefeitura tivesse pedido ajuda para as crianças sem-vaga, teria sido atendida.
Já a dirigente municipal da região, Cristina Alves Bezerra, diz ter pedido para que as três escolas estaduais do bairro recebessem parte dos alunos da Paraisópolis 2, depois que a escola desabou. "Tudo o que eu consegui foi acomodar 25 alunos da 5ª série."
Enquanto nas duas escolas municipais há uma lista de espera de 981 alunos de 1ª à 8ª série, nas estaduais, a poucos metros de distância e que oferecem as mesmas classes, não há lista nenhuma.
"Ou a população não quer estudar nas escolas estaduais ou lá não se registra lista de espera", diz Mônica Mation, do Fórum Multientidades de Paraisópolis. "Não temos lista de espera porque atendemos todas as crianças que nos procuram", explica Neusa.
O fato é que os alunos da rede estadual têm jornada escolar de cinco horas por dia e as classes possuem, no máximo, 35 alunos. Na rede municipal, estuda-se quatro horas por dia (os 1.080 da Paraisópolis 2, apenas duas).
"Herdamos duas escolas de "latinha", sendo que uma foi construída de forma irresponsável num barranco", afirma Cristina.
Segundo ela, a obra do muro de contenção da Paraisópolis 2 não foi feita antes, porque um laudo do setor de engenharia da secretaria municipal, em 2001 (governo Marta Suplicy), informou que a obra não era urgente.



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