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São Paulo, segunda-feira, 16 de junho de 2003

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"Prefeitura não consegue identificar laranjas"

DA REPORTAGEM LOCAL

O secretário Jilmar Tatto (Transportes) afirmou que "não há muito a fazer" sobre a contratação de empresas de ônibus que têm laranjas como sócios. Para ele, não há instrumentos para a prefeitura saber se uma viação pertence, de fato, aos donos registrados nos contratos. "Não se consegue saber se um cara é laranja ou não, se há empresários por trás dele", disse Tatto.
A Polícia Federal investiga uma série de viações em São Paulo que foram colocadas nos nomes de sócios fictícios para que os verdadeiros proprietários escapassem das responsabilidades por dívidas e ações judiciais.
Questionado sobre a autorização para operar dada a empresas de ônibus recém-criadas, com capital social baixo e registradas em nome de empresários desconhecidos no setor, Tatto pôs a culpa na "precariedade" dos contratos emergenciais. "Eles têm fragilidades. Eu não mudei os procedimentos porque eles eram provisórios. Mas teremos um contrato definitivo, com regras claras."
A viação Capital é uma das que se encaixam nessas características. Ela foi constituída em março deste ano, com um capital social de R$ 20 mil, com sócios desconhecidos, mas foi contratada pela prefeitura, dias depois, para atuar na área antes explorada pela Cidade Tiradentes, na zona leste.
Como não tem recursos para comprar veículos, a Capital os alugou da família Constantino, ex-proprietária da Cidade Tiradentes -ela foi vendida depois a Leonardo Capuano, que a repassou a um eletricista que já havia morrido e a um estelionatário.
O Transurb (sindicato patronal) diz que os empresários que sofreram as intervenções não são mais representados pela entidade.


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