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Campinas apura omissão de socorro
GUSTAVO PORTO
free-lance para a Folha Campinas
A Secretaria da Saúde de Campinas (99 km de São Paulo) abriu,
desde o início da greve dos servidores da área, há 35 dias, cinco sindicâncias administrativas envolvendo 13 funcionários para apurar
omissão de socorro no atendimento na rede pública.
Além disso, desde o início da paralisação as vacinas contra sarampo, gripe, tuberculose (BCG), sabin (poliomielite), além da tríplice
bacteriana, contra coqueluche, difteria e tétano, além da tríplice viral,
contra sarampo rubéola e caxumba estavam sendo aplicadas precariamente. No último final de semana nenhuma unidade de saúde da
cidade estava vacinando.
Ontem, os servidores da Saúde,
que estavam aplicando apenas vacina anti-rábica e contra o tétano,
consideradas de emergência, decidiram voltar a aplicar todas as vacinas.
Segundo informações da secretaria, três funcionários do Samu
(Serviço de Atendimento Médico
de Urgência), cujos nomes não foram revelados, foram suspensos
após a morte de Antonio Carlos
Prado, 41, no dia 18 de maio.
De acordo com a Secretaria da
Saúde de Campinas, as sindicâncias foram abertas após denúncias
feitas pelos telefones 156. Além
deste número, outros dois (019)
735-0192 e (019) 735-0287 foram
colocados à disposição para denúncias.
As sindicâncias duram 30 dias e
podem ser prorrogadas. As penas
previstas vão desde uma advertência até a exoneração dos servidores.
Segundo o secretário da Saúde,
Odair Albano, as sindicâncias serão feitas pela Coordenadoria de
Processos Disciplinares da Secretaria dos Negócios Jurídicos.
A secretaria não informou quantas vacinas são dadas anualmente
em Campinas e nem quantas pessoas deixaram de ser vacinadas
desde o início da greve pelo fato de
a paralisação não ser total desde o
início.
"É lógico que há um prejuízo individual, que não temos condições
de avaliar. Mas não houve um prejuízo coletivo", afirmou Albano.
Só no ano passado 52 mil crianças menores de um ano foram vacinadas na cidade. Até agora, estão
afastadas epidemias de doenças na
cidade em virtude da suspensão da
vacinação.
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