São Paulo, Quarta-feira, 16 de Junho de 1999
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VIOLÊNCIA
Prima de Maria Dias Guimarães, cujo corpo foi encontrado no lago do Ibirapuera no domingo, foi vista em lanchonete
Testemunha diz que desaparecida está viva

Lalo de Almeida/Folha Imagem
Bombeiros realizam busca de Maria do Carmo de Jesus Almeida, que desapareceu desde sábado


RODRIGO VERGARA
da Reportagem Local

A morte da empregada doméstica Maria Dias Guimarães, 23, cujo corpo foi encontrado domingo no lago do parque Ibirapuera (zona sudoeste de São Paulo), continua um mistério para a polícia.
Mas sua prima Maria do Carmo de Jesus Almeida, a Carminha, que a acompanhava na última vez em que foi vista, está viva.
É o que dizem duas testemunhas localizadas ontem pelos policiais do 36º DP (Vila Mariana). Carminha está desaparecida desde sábado, quando passou pela casa da vítima, dizendo que iria tirar fotos no parque com a prima.
Segundo as testemunhas, Carminha esteve ontem à tarde em uma lanchonete na zona sul da cidade. Estava acompanhada de Gildásio, um amigo da família que mora na mesma pensão que seu irmão.
Carminha disse, segundo testemunhas, que não sabia do paradeiro de sua prima. Disse que ela deixou Maria "com o namorado".
Carminha estava com as roupas rasgadas e usava sandálias. Carregava uma sacola com roupas. Até as 19h30, a polícia ainda não havia localizado a moça.
O aparecimento de Carminha põe fim a metade do trabalho da polícia, que ontem ainda acreditava que ela estivesse morta.
Os bombeiros chegaram a procurar o corpo da moça no lago do Ibirapuera até o anoitecer.
Mas ainda não esclareceu a morte da jovem no principal local de lazer da cidade.
Segundo o IML (Instituto Médico Legal), não havia marcas de violência no corpo encontrado no lago. Maria morreu por afogamento.
"Ainda não sabemos se se trata de uma morte acidental", disse ontem o delegado Célio Gomes de Andrade.

Lixeira
O que intriga a polícia é que os documentos de Maria e os de Carminha não estavam junto ao corpo localizado no domingo. Foram encontrados na bolsa da vítima, em uma lixeira a 50 metros do local onde estava o corpo.
Ninguém no parque notou nada de estranho no sábado, nem mesmo a Guarda Civil Metropolitana, que faz a segurança no local.
Para complicar ainda mais a história, a polícia descobriu, durante a busca por Carminha, que a moça havia pedido demissão da casa onde trabalha como empregada doméstica, no dia de seu desaparecimento.
Ontem, seu ex-patrão, Aires Nicolich, 37, afirmou que a moça havia anunciado sua saída na segunda-feira da semana passada e havia demonstrado pressa em partir até sábado. Estava tão apressada que deixou de receber R$ 70, que faziam parte do seu salário.
Segundo Carminha, ela pretendia ir para a casa dos pais, na Bahia, no domingo.


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