São Paulo, Quarta-feira, 16 de Junho de 1999
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CRIME
Parentes não aceitam resultado de exame
Família de promotor quer novo laudo

LILIAN CHRISTOFOLETTI
da Reportagem Local

A família do promotor Igor Ferreira da Silva, principal suspeito de ter assassinado a mulher, grávida de oito meses, em São Paulo, vai requisitar um novo laudo para confirmar a negativa de paternidade do natimorto.
A decisão da família foi uma reação ao laudo divulgado anteontem pelo Tribunal de Justiça. O laudo, assinado por técnicos da USP (Universidade de São Paulo), exclui a possibilidade de que Silva fosse o pai do filho que Patrícia Aggio Longo estava esperando.
Para a polícia, o resultado do exame, que foi feito a pedido do próprio advogado de defesa, constitui uma agravante para Silva, pois poderia ter sido o motivo do crime ocorrido em junho de 1998.
"A família não aceita o resultado do laudo. Queremos a realização de um novo exame", afirmou Salete, mãe de Silva.
Ela disse que a decisão final cabe ao advogado de defesa, Márcio Thomaz Bastos. "Ele tem a palavra final", afirmou.
Segundo Salete, o filho ficou muito abalado com o resultado do laudo. "É um momento muito difícil. Continuamos acreditando na inocência dele", disse.
A irmã de Patrícia, Angélica Aggio Longo, disse ontem à Folha que, mesmo após o laudo, a família acredita em Silva. "A nossa posição não mudou."
Patrícia foi assassinada na noite de 4 de junho do ano passado, com dois tiros na cabeça, quando ia para casa, em Atibaia, junto com promotor. Silva alega que o carro foi interceptado por um assaltante que o fez descer, sequestrou Patrícia e a assassinou minutos depois.

Defesa
O advogado do promotor, Márcio Thomaz Bastos, tem 15 dias, a partir da data da publicação no "Diário Oficial" -prevista para segunda-feira- para apresentar sua defesa. Devido ao recesso jurídico previsto para julho, esse prazo deve ser prorrogado.
Bastos foi procurado ontem pela Folha várias vezes em seu escritório, mas não foi localizado.


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