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Só 6% tem rede de esgoto em Belém
LUÍS INDRIUNAS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM
Belém vive uma situação crítica
em termos de saneamento. Apenas 6% da população, cerca de 72
mil pessoas, possui rede de esgoto, segundo o diretor-técnico da
Cosanpa (Companhia de Saneamento do Pará), Wady Homsi.
São 18,8 mil km2 da área urbana
com rede de esgoto, também 6%
da área total do município.
Pela falta de esgoto, o rio Guamá
e Baia do Guajará, que margeiam
a cidade, recebem grande parte
dos detritos urbanos.
Segundo dados da Prefeitura de
Belém, 91% dos domicílios tinham fossas artesanais em 98.
Cerca de 7% das casas jogavam a
céu aberto fezes e urina.
Segundo a presidente da Saeb
(Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Belém), Cléa Ferreira, a
existência de fossas nas casas não
quer dizer bom tratamento de esgoto. "Há muitos domicílios com
fossas que contaminam o lençol
freático. Além disso, a maioria das
fossas artesanais retém apenas
20% ou 30% do que é jogado no
encanamento da casa", disse.
O restante dos detritos segue diretamente para a rede de drenagem da cidade, construída para a
escoar as águas das chuvas que
são diárias em Belém.
Palafitas
Com parte de sua área construída sobre o rio, a cidade conta ainda com o problema das palafitas à
beira rio. Na maioria dessas casas,
sustentadas por estacas, o vaso sanitário é apenas um buraco no
chão, deixando que os dejetos
caiam diretamente no leito.
As 320 famílias que vivem em
Vila da Barca, bairro próximo ao
porto de Belém, conhecem bem a
realidade de viver sem saneamento básico (leia texto nesta página).
Não há índices oficiais de coliformes fecais nos rios da cidade.
A professora de química da
Universidade Federal do Pará Vera Nobre Braz, no entanto, estudou o canal do Tucumbuba, que
percorre bairros de Belém, e constatou uma média de 40 mil coliformes fecais por 100 ml de água,
índice considerado impróprio.
A situação também não é boa
nas praias do município. Na semana passada, a Sectam (Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente) informou
que sete praias nos distritos de
Icoaraci, Outeiro e Mosqueiro estavam impróprias para banho.
A situação pode melhorar aos
poucos. Segundo Homsi, até o final do ano cerca de 20% da área
urbana deverá fazer parte da rede
e tratamento de esgoto.
Os benefícios estão incluídos no
projeto de macrodrenagem, que
deve criar uma rede de drenagem
de água e esgoto em 60% da área
urbana até o final de 2001.
O projeto, que vai custar US$
250 milhões, é financiado pelo
BID (Banco Interamericano de
Desenvolvimento) com contrapartida do Estado.
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