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SAÚDE
Medicina do viajante previne doenças infecciosas
ALCINO BARBOSA JR.
ESPECIAL PARA A FOLHA
A globalização da economia fez
com que as viagens internacionais
se tornassem mais frequentes, estimulando o ecoturismo, que leva
cada vez mais pessoas para regiões inóspitas do planeta.
Para acompanhar essas mudanças, surgiu a medicina do viajante,
um serviço médico que orienta as
pessoas sobre as doenças que podem ser adquiridas em viagens
(veja quadro nesta página).
O primeiro serviço público de
atendimento aos viajantes foi o
Cives (Centro de Informação em
Saúde para Viajantes), que surgiu
em março de 97 na Universidade
Federal do Rio de Janeiro.
"A demanda por esse atendimento está aumentando", afirma
Fernando Martins, coordenador
do Cives. Seguindo o exemplo,
em São Paulo, o Instituto de Infectologia Emílio Ribas criou o
Núcleo de Medicina do Viajante
em maio deste ano.
"Antes da viagem, é possível fazer prevenção. Após a volta, temos que fazer o diagnóstico precoce e o tratamento correto", afirma Marcos Boulos, professor titular de doenças infecciosas e parasitárias da USP.
Segundo Luiz Jacintho da Silva,
superintendente da Sucen (Superintendência de Controle de Endemias), em 2001 devem ser criados no Estado de São Paulo ambulatórios semelhantes em São
José do Rio Preto, Botucatu, Marília, Ribeirão Preto e Campinas.
A consulta a um serviço de medicina do viajante deve ser feita
pelo menos 30 dias antes do embarque. "O mínimo que se pode
fazer é atualizar as vacinas", diz
Marta de Oliveira Ramalho, do
Emílio Ribas.
A medicina do viajante também
atua em situações especiais, como
pessoas que viajam para regiões
de altitude elevada. Gestantes,
doentes cardíacos e doentes pulmonares também exigem cuidados especiais em viagens.
A doença mais comum entre os
viajantes é a diarréia infecciosa,
causada por água ou alimentos
contaminados por bactérias ou
outros microorganismos.
"Nos países em desenvolvimento, o risco de diarréia pode chegar
a 70%", afirma Marta.
Para evitar o problema, nas
áreas de maior risco, é recomendável beber apenas água mineral
gaseificada. "Se, na hora do consumo, ainda tiver gás na garrafa,
isso significa que ela não foi violada ou adulterada", diz Marise
Fonseca, do Emílio Ribas.
Os alimentos devem ser descascados, lavados ou cozidos. Evite
saladas e comidas cruas.
Para quem vai cozinhar sua
própria refeição, é possível fazer a
desinfecção da água com hipoclorito ou tintura de iodo.
No caso de doenças transmitidas por mosquitos, é preciso evitar a picada do inseto. Deixar o
corpo menos exposto possível é o
primeiro passo. Usar repelentes é
o segundo.
Os repelentes não devem ser
aplicados sobre a pele com feridas. As mãos devem ser lavadas
após cada aplicação para evitar o
contato com os olhos e a boca. O
intervalo entre as aplicações deve
ser de três a quatro horas.
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