São Paulo, domingo, 16 de julho de 2000


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SAÚDE
Medicina do viajante previne doenças infecciosas

ALCINO BARBOSA JR.
ESPECIAL PARA A FOLHA

A globalização da economia fez com que as viagens internacionais se tornassem mais frequentes, estimulando o ecoturismo, que leva cada vez mais pessoas para regiões inóspitas do planeta.
Para acompanhar essas mudanças, surgiu a medicina do viajante, um serviço médico que orienta as pessoas sobre as doenças que podem ser adquiridas em viagens (veja quadro nesta página).
O primeiro serviço público de atendimento aos viajantes foi o Cives (Centro de Informação em Saúde para Viajantes), que surgiu em março de 97 na Universidade Federal do Rio de Janeiro.
"A demanda por esse atendimento está aumentando", afirma Fernando Martins, coordenador do Cives. Seguindo o exemplo, em São Paulo, o Instituto de Infectologia Emílio Ribas criou o Núcleo de Medicina do Viajante em maio deste ano.
"Antes da viagem, é possível fazer prevenção. Após a volta, temos que fazer o diagnóstico precoce e o tratamento correto", afirma Marcos Boulos, professor titular de doenças infecciosas e parasitárias da USP.
Segundo Luiz Jacintho da Silva, superintendente da Sucen (Superintendência de Controle de Endemias), em 2001 devem ser criados no Estado de São Paulo ambulatórios semelhantes em São José do Rio Preto, Botucatu, Marília, Ribeirão Preto e Campinas.
A consulta a um serviço de medicina do viajante deve ser feita pelo menos 30 dias antes do embarque. "O mínimo que se pode fazer é atualizar as vacinas", diz Marta de Oliveira Ramalho, do Emílio Ribas.
A medicina do viajante também atua em situações especiais, como pessoas que viajam para regiões de altitude elevada. Gestantes, doentes cardíacos e doentes pulmonares também exigem cuidados especiais em viagens.
A doença mais comum entre os viajantes é a diarréia infecciosa, causada por água ou alimentos contaminados por bactérias ou outros microorganismos.
"Nos países em desenvolvimento, o risco de diarréia pode chegar a 70%", afirma Marta.
Para evitar o problema, nas áreas de maior risco, é recomendável beber apenas água mineral gaseificada. "Se, na hora do consumo, ainda tiver gás na garrafa, isso significa que ela não foi violada ou adulterada", diz Marise Fonseca, do Emílio Ribas.
Os alimentos devem ser descascados, lavados ou cozidos. Evite saladas e comidas cruas.
Para quem vai cozinhar sua própria refeição, é possível fazer a desinfecção da água com hipoclorito ou tintura de iodo.
No caso de doenças transmitidas por mosquitos, é preciso evitar a picada do inseto. Deixar o corpo menos exposto possível é o primeiro passo. Usar repelentes é o segundo.
Os repelentes não devem ser aplicados sobre a pele com feridas. As mãos devem ser lavadas após cada aplicação para evitar o contato com os olhos e a boca. O intervalo entre as aplicações deve ser de três a quatro horas.


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