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Cursos dependem de não-efetivo
DA REPORTAGEM LOCAL
Os substitutos representam
14% do corpo docente das 52 instituições federais, mas têm concentrações maiores em alguns
cursos que, sem eles, acabariam.
Todo o ciclo profissionalizante
de fonoaudiologia da UFBA (Bahia) é dado por cinco professoras
substitutas. Elas aguardam o concurso e esperam ser efetivadas.
"Há falta de profissionais. É difícil recrutar aqui", disse a professora Ana Paula Corona, 28, uma
gaúcha que fez especialização na
UFBA e ficou como substituta.
Ela ganha R$ 650 por 40 horas
semanais. "Faço porque gosto de
dar aula." Corona atende em uma
clínica para completar a renda.
A Ufac (federal do Acre) abriu,
neste ano, seleção para 12 docentes, em período integral, para enfermagem, com salário de R$ 986.
Só apareceram três candidatos.
"Os hospitais do Estado e do município pagam melhor [cerca de
R$ 1.200"", disse o reitor Jonas Pereira de Souza Filho. "Não dá para
exigir mestrado ou doutorado."
Para manter o curso, a universidade fez convênio com o Estado,
que empresta nove profissionais.
A Esam (RN) tem 13 substitutos
entre os 25 docentes da veterinária. "O maior problema é a descontinuidade", disse o diretor
Marcelo José Pedrosa Pinheiro.
"O substituto assume, organiza o
curso, monta disciplinas. Quando
está desenvolvendo bem, sai, porque a lei só permite dois anos."
Em Natal, a UFRN, segundo o
reitor Ótom Anselmo de Oliveira,
depende de substitutos para serviço social, ciências contábeis,
medicina e biológicas.
O MEC reconhece a deficiência
da qualidade do ensino que depende dos substitutos, mas não
vai aumentar o número de professores estatutários (com estabilidade e aposentadoria integral).
Exemplo disso são as 2.000 vagas
a serem abertas no concurso, insuficientes para evitar a dependência de não-efetivos.
(EM)
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