São Paulo, sábado, 16 de julho de 2005

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Subprefeito quer restringir novos eventos

DA REPORTAGEM LOCAL

A prefeitura pensa em restringir os eventos que acontecem na avenida Paulista. Segundo o subprefeito da Sé, Andrea Matarazzo, uma avenida importante como a Paulista, com muitos moradores e oito hospitais, não pode ser interceptada sempre.
"A idéia é restringir ao máximo para o ano que vem e para os outros porque a avenida é importante demais para ficar o tempo todo interditada para eventos comemorativos", afirmou.
Segundo ele, é necessário começar a analisar e sugerir outros lugares para eventos. "A gente percebe que a cidade cresceu muito e muitas tradições como essa, que eram de comemoração e alegria, estão se tornando manifestações de barbárie", disse.
Ele acredita que o vale do Anhangabaú (centro) e o Sambódromo (zona norte) possam ser alternativas viáveis para receber eventos -como a Marcha para Jesus, realizada em maio.
O subprefeito disse ter "trauma" de interdições na Paulista porque, na comemoração da Copa do Mundo de 1970, não conseguiu chegar ao hospital Sírio Libanês para ver sua avó. "Eu lembro que a minha avó estava em estado terminal, com câncer, e nós não conseguimos chegar ao hospital para vê-la morrer."
Matarazzo disse, porém, que não é possível afirmar que as comemorações não vão mais acontecer na avenida. "A comemoração de futebol é uma coisa espontânea. O que não pode é comemorar desse jeito." Ele pretende fazer um maior planejamento e isolar algumas áreas em outras ocasiões.
Para o presidente da Associação Paulista Viva, Nelson Baeta Neves, é necessário refletir bastante para encontrar uma solução adequada à avenida. "Temos que pensar sempre qual será o mal menor para a cidade. Será que é vedar tudo? Eu não sei. Estou sob impacto ainda do que aconteceu e não quero emitir opinião", disse.
Ele afirmou que a prefeitura não pode decidir sozinha o futuro da avenida Paulista. "É melhor parar, ouvir, se entender com a sociedade civil e tentar pensar junto", disse. Segundo Baeta Neves, o problema não ocorreu por ser uma comemoração "futebolística", mas pela falta de planejamento e de estrutura. (AFRA BALAZINA)


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