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Subprefeito quer restringir novos eventos
DA REPORTAGEM LOCAL
A prefeitura pensa em restringir
os eventos que acontecem na avenida Paulista. Segundo o subprefeito da Sé, Andrea Matarazzo,
uma avenida importante como a
Paulista, com muitos moradores e
oito hospitais, não pode ser interceptada sempre.
"A idéia é restringir ao máximo
para o ano que vem e para os outros porque a avenida é importante demais para ficar o tempo todo
interditada para eventos comemorativos", afirmou.
Segundo ele, é necessário começar a analisar e sugerir outros lugares para eventos. "A gente percebe que a cidade cresceu muito e
muitas tradições como essa, que
eram de comemoração e alegria,
estão se tornando manifestações
de barbárie", disse.
Ele acredita que o vale do
Anhangabaú (centro) e o Sambódromo (zona norte) possam ser
alternativas viáveis para receber
eventos -como a Marcha para
Jesus, realizada em maio.
O subprefeito disse ter "trauma" de interdições na Paulista
porque, na comemoração da Copa do Mundo de 1970, não conseguiu chegar ao hospital Sírio Libanês para ver sua avó. "Eu lembro
que a minha avó estava em estado
terminal, com câncer, e nós não
conseguimos chegar ao hospital
para vê-la morrer."
Matarazzo disse, porém, que
não é possível afirmar que as comemorações não vão mais acontecer na avenida. "A comemoração de futebol é uma coisa espontânea. O que não pode é comemorar desse jeito." Ele pretende fazer
um maior planejamento e isolar
algumas áreas em outras ocasiões.
Para o presidente da Associação
Paulista Viva, Nelson Baeta Neves, é necessário refletir bastante
para encontrar uma solução adequada à avenida. "Temos que
pensar sempre qual será o mal
menor para a cidade. Será que é
vedar tudo? Eu não sei. Estou sob
impacto ainda do que aconteceu e
não quero emitir opinião", disse.
Ele afirmou que a prefeitura não
pode decidir sozinha o futuro da
avenida Paulista. "É melhor parar, ouvir, se entender com a sociedade civil e tentar pensar junto", disse. Segundo Baeta Neves, o
problema não ocorreu por ser
uma comemoração "futebolística", mas pela falta de planejamento e de estrutura.
(AFRA BALAZINA)
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