São Paulo, domingo, 16 de julho de 2006

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Kennedy planeja visitar a América do Sul

DE WASHINGTON

A Revista da Folha encontrou Stetson Kennedy morando em sua Jacksonville natal. Aos 89 anos, com a saúde debilitada, ele fala ao telefone com voz trêmula mas firme: "Acabei de voltar da Associação de Jornalistas da Flórida, que me premiou como personalidade do ano", começa ele, impaciente. "O que você quer que eu diga? É mais fácil ser racista nesse país do que ativista pelos direitos humanos. Serei perseguido o resto de minha vida."
Kennedy confirmou que usou vários relatos ouvidos nos contatos com agentes federais e outros militantes pelos direitos humanos em sua biografia de 1954 e nas entrevistas posteriores que deu. Mas, sim, tinha sido dele e somente dele a idéia de se infiltrar na KKK, e quando fez isso não contava com o apoio de ninguém.
Segundo o seu raciocínio então, muitos jornais liberais do norte dos EUA publicavam editoriais contra o racismo, mas nenhum fazia um jornalismo-denúncia, baseado em fatos. Segundo Kennedy, ainda hoje não passa uma semana em que ele não receba um telefonema ameaçador.
Ele completa 90 anos em outubro. Em 2000, escreveu um texto defendendo a ação afirmativa. Se pensa em se aposentar? "Na verdade, estou pensando em visitar a América do Sul. Ouvi dizer que a questão racial ainda é um problema por lá."


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