UOL


São Paulo, terça-feira, 16 de setembro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Lobão "derrubou" distrito, diz CPI

DA REPORTAGEM LOCAL

Policiais punidos e remanejados para vários distritos da capital paulista. Crime: afrontar o contrabandista Roberto Eleutério da Silva, o Lobão, e pedir propina extra para liberar um caminhão com cigarros ilegais.
Segundo a CPI da Pirataria da Câmara, foi isso que ocorreu no 33º DP (Pirituba), na zona leste. "Por tentar extorquir Lobão, todo um distrito caiu. Isso mostra o poder que ele tem na polícia paulista paulista", afirmou o presidente da CPI, deputado Luiz Antonio de Medeiros (PL-SP).
O deputado federal disse que escutas telefônicas feitas pelo Ministério Público Federal mostram que policiais do 33º DP -entre eles o investigador Ivan Raimund Barbosa e o delegado Nicola Romanini, que tiveram prisão temporária decretada ontem- tentaram cobrar propina de US$ 40 mil de Lobão para liberar uma carreta apreendida com cigarros no final do ano passado.
A exemplo do caso do 10º DP (Penha), o contrabandista não aceitou a extorsão e usou sua influência com outros policiais civis, segundo o presidente da CPI, para pressionar os chantagistas. Barbosa chegou a ser afastado por 90 dias supostamente por essa cobrança de propina.
"O que Lobão não aceitava era que já pagava propina mensalmente e não iria pagar duas vezes", disse Medeiros.
No fim do afastamento, em março passado, Barbosa, Romanini e outros policiais foram remanejados para outros distritos da capital, de acordo com a CPI.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, o delegado Romanini se apresentou à Corregedoria da Polícia Civil ontem à noite. Barbosa continuava foragido. A CPI da Pirataria iria tentar ouvir os dois policiais hoje.


Texto Anterior: Outro lado: Secretaria diz que Corregedoria investiga caso
Próximo Texto: Grampos mostram rede de crimes
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.