DA SUCURSAL DO RIO

A estudante Thaís Silva, 12, foi atingida na barriga por uma bala perdida quando estava em uma festa de aniversário no morro do Encontro (Grajaú, zona norte do Rio). O episódio ocorreu menos de 12 horas depois da passeata contra o desarmamento, que anteontem reuniu 40 mil pessoas na praia de Copacabana (zona sul).
Até a conclusão desta edição, a garota permanecia internada no CTI (Centro de Terapia Intensiva) do hospital do Andaraí em estado muito grave, segundo os médicos. A menina sofreu lesões no fígado e teve o baço retirado.
Para a polícia, o tiro foi disparado por traficantes que disputam o controle dos pontos-de-venda de drogas da favela.
A menina participava da festa de aniversário de um ano de um primo. Por volta das 21h30 de domingo, pelo menos três tiros atingiram a casa onde era realizada a festa. Uma das balas atingiu a barriga da adolescente. As outras duas balas pararam no chão.
Segundo a irmã da garota ferida, Viviane Silva, 23, o tiro deve ter partido do vizinho morro dos Macacos, dominado pela facção criminosa TC (Terceiro Comando), que está em guerra com o morro do Encontro, controlado pelo CV (Comando Vermelho).
Thaís cursa a 2ª série do ensino fundamental no Ciep Salvador Allende, no morro dos Macacos. Ela tem oito irmãos.
Desde o início do ano, pelo menos 26 pessoas morreram atingidas por balas perdidas no Rio de Janeiro. A última vítima havia sido o despachante Ozias Joaquim da Costa, 68, que foi morto por uma bala perdida em São Gonçalo (região metropolitana do Rio) no dia 20 de agosto.
Um dos casos de maior repercussão foi o da estudante Gabriela do Prado Ribeiro, 14. Ela foi morta durante um assalto à estação do metrô de São Francisco Xavier (Tijuca, zona norte), no dia 25 de março. Gabriela, que viajaria de metrô pela primeira vez sozinha, foi surpreendida por um tiroteio entre ladrões e policiais à paisana.


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