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PERIGO NO AR 3
Aeronáutica e Polícia Civil abrem inquérito para investigar o caso; major descarta falha do piloto
Falha no motor deve ter causado acidente
da Reportagem Local
Uma pane no motor é a causa
mais provável para o acidente de
ontem à tarde com o avião monomotor Aeroboero.
A opinião é do major Odim Grote, do Serac 4 (Serviço Regional de
Aviação Civil), que vai investigar
as causas do acidente.
Para Grote, é praticamente certo
que houve falha mecânica. Pelas
características do acidente, a probabilidade maior é que a falha tenha acontecido no motor.
"O avião estava com o tanque
cheio de combustível. Houve um
problema mecânico, provavelmente no motor. Posso dizer que a
chance de ter havido falha no motor é de 90%", afirmou Grote.
O fato de o avião não ter feito barulho no momento da queda, possivelmente porque o piloto teria
desligado a parte elétrica, indicaria
que o avião estava com problemas
mecânicos, acredita Grote.
Inicialmente, o major descarta
que tenha havido qualquer falha
do piloto, que deve ser ouvido no
Serac 4 até o final da semana.
Peritos da Aeronáutica foram ao
local do acidente vistoriar os destroços do avião, que teve perda total, segundo Ruy Carlos Crescenti,
presidente do Aeroclube de São
Paulo.
Crescenti não quis comentar o
que teria causado o acidente.
"Antes de dar qualquer opinião,
eu preciso falar com o piloto", declarou. Mas ele afirmou que a curva que o avião fez logo após a decolagem não estava prevista em sua
rota. "O piloto tentou voltar por
causa de algum problema, que
ainda não posso dizer qual é."
Piloto
O aluno que estava pilotando o
avião, Renato Rabay Dutra, e o
instrutor João Miguel de Aquino
Neto não deram qualquer declaração sobre o acidente. Dutra, que
quebrou o nariz, está em observação no hospital.
Aquino Neto saiu do hospital e
não voltou ao aeroclube.
Outro inquérito foi instaurado
ontem pela Polícia Civil, no 2º DP
(Bom Retiro). Os policiais também devem ouvir o aluno que pilotava o avião ainda nesta semana.
Após a perícia, o que restou do
avião foi levado para o Campo de
Marte. Para remover o monomotor, foi necessário o uso de um
guindaste e o trabalho de cerca de
30 pessoas de uma empresa contratada pela Aeronáutica especialmente para a remoção.
Após o avião ser removido, os
bombeiros ainda precisaram lavar
a pista com espuma e serragem para retirar o combustível que vazou
do avião. Somente então a pista
pôde ser liberada.
Segundo Crescenti, o avião tem
seguro contra terceiros, que deve
cobrir os prejuízos dos proprietários dos dois carros atingidos. O
seguro também deve cobrir o valor
do avião, cerca de R$ 80 mil.
(OTÁVIO CABRAL e RENATO KRAUSZ)
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