|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Alta mobilidade
impede censo
de encortiçados
DA REDAÇÃO
Pelo fato de os cortiços fazerem parte de um universo
informal, não há dados precisos sobre a população encortiçada. Pesquisas esparsas foram feitas desde a criação dos cortiços em São Paulo, no fim do século 19, mas,
por ser uma população de
grande mobilidade, os levantamentos acabam logo
ficando desatualizados.
A população encortiçada
na cidade é estimada atualmente em cerca de 600 mil,
que vivem em aproximadamente 25 mil cortiços, segundo informações usadas
pela CDHU (Companhia de
Desenvolvimento Habitacional Urbano), do governo
do Estado de São Paulo.
Perfil
A pesquisa mais recente
sobre o perfil dos encortiçados é de 2002, desenvolvida
pela CDHU em conjunto
com a Fundação Seade.
O estudo aponta que a população residente nos cortiços pesquisados é mais masculina (53,3%) que feminina
(46,7%), contrariando a tendência geral da população
paulistana de pequena diferença em favor das mulheres. O perfil dos moradores é
jovem, com concentração
dos residentes com até 39
anos (83%). A presença de
crianças entre zero e quatro
anos é de 12,2%. Os jovens
que têm entre 20 e 29 anos
representam 29,6% da população encortiçada.
Ao se analisar o nível de
instrução dos chefes de família, mais da metade
(61,8%) não concluiu o ensino fundamental. Aqueles
que concluíram a 8ª série representam 11,3% e os com
ensino médio completo correspondem a 10,1%.
Quando se avalia a renda
familiar, 26% sobrevivem
com até dois salários mínimos por mês. Mais da metade dispõe de entre dois e cinco salários mínimos. Famílias sem rendimentos representam 3,5% dos encortiçados. Apenas 17,4% contam
com renda total de cinco salários mínimos ou mais.
O Estado de São Paulo tem
estimativas de déficit habitacional que variam de 400 mil
a mais de 1 milhão de moradias -dependendo da fonte
de informação.
(FC)
Texto Anterior: Barracão de zinco: Cortiço em SP tem aluguel de classe média Próximo Texto: Pesquisador pede fiscalização de preço Índice
|