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PLANTÃO MÉDICO
Água e sabão na mão é a solução
JULIO ABRAMCZYK
COLUNISTA DA FOLHA
A mão que ampara e que ajuda
também pode prejudicar os doentes. Na área da saúde, antes de
chegar ao doente, o primeiro passo é água e sabão na mão.
É a recomendação da OMS (Organização Mundial da Saúde) ao
lançar na quinta-feira, em sua sede, em Genebra (Suíça), a campanha "Para boa higiene, bons cuidados".
Nos últimos 12 meses, mais de
cem especialistas em doenças infecciosas do mundo inteiro participaram da elaboração de diretrizes da OMS visando uma higiene
adequada para o atendimento à
saúde da população.
Concluíram que a higiene das
mãos, uma medida extremamente simples, é o principal e mais importante meio para reduzir a incidência de infecções relacionadas
com o cuidar da saúde.
E, também, de reduzir a incidência de uma infecção freqüentemente resistente aos antibióticos. Dados da OMS informam
que mais de 1,4 milhão de pessoas
são gravemente afetadas pela disseminação de infecções relacionadas ao atendimento médico a cada ano em todo o mundo.
Essas infecções atingem de 5% a
10% dos doentes hospitalizados
em países desenvolvidos. Nos países em desenvolvimento, a proporção de doentes afetados por
elas pode ultrapassar 25%.
O resultado não é só a perda dos
bilhões de dólares gastos na recuperação dos pacientes, mas principalmente o considerável número de mortes decorrentes desse
problema.
A simples medida de lavar as
mãos, sustenta a OMS, melhora a
segurança dos cuidados médicos
oferecidos, tanto em um hospital
ultramoderno quanto em um
simples posto sanitário.
A principal causa da transmissão do vírus em uma epidemia de
gripe continua sendo através das
gotículas de saliva de portadores
dos vírus, que se disseminam no
ambiente quando uma pessoa
gripada tosse.
Entretanto, para fazer face a
uma possível pandemia da gripe
aviária que nos ameaça, os peritos
da OMS explicam que a transmissão desses vírus por mãos contaminadas também pode vir a ser
um fator adicional na corrente de
transmissão da gripe.
De qualquer forma, a aplicação
dessa estratégia é barata e é o melhor meio de prevenir as infecções
relacionadas ao atendimento dos
doentes pelas equipes de saúde,
afirma o médico Lee Jong-wook,
diretor-geral da OMS.
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