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FOCO
Diretor de "Tropa de Elite" critica UPPs porque "a polícia corrupta continua"
MARCELO BORTOLOTI
ITALO NOGUEIRA
DO RIO
O cineasta José Padilha,
diretor do filme "Tropa de
Elite 2", criticou a política de
segurança pública do Rio e a
Polícia Militar do Estado.
Em debate sobre o filme,
disse que as UPPs (Unidades
de Polícia Pacificadora),
principal programa de segurança do governo, resolvem
só a "parte fácil" do tema.
"A polícia corrupta continua a mesma. E é esta polícia
que está ocupando as favelas
cariocas. Quem garante que
no futuro elas não se tornarão milícias?", questionou.
Padilha disse não acreditar na tese esquerdista de que
a origem da violência está na
miséria, nem na tese de direita de que o crime só pode ser
combatido com repressão.
Para ele, é a máquina pública corrupta e mal administrada que transforma a miséria em violência e origina a
criminalidade. "A violência
tem a ver com a forma como
se faz política hoje no Brasil."
O secretário de Segurança,
José Mariano Beltrame, afirmou que a UPP não é "uma
panaceia". E disse que sua
gestão combate também a
corrupção e tem outras políticas para reduzir a violência.
"A corrupção existe em vários lugares. Do serviço público e da iniciativa privada.
Tenho consciência que a UPP
não resolve todos os problemas", disse ele, no alto do
morro dos Macacos, ocupado
anteontem pelo Bope para a
instalação da 13ª UPP.
"Mas estamos vivendo um
momento em que precisamos ver as igualdades, e não
as diferenças. Estamos com
mais de 150 mil pessoas livres da imposição de armas."
FIM DA PM
Também presente no debate, organizado pelo jornal
"O Globo", o antropólogo
Luiz Eduardo Soares, um dos
autores do livro "Elite da Tropa", defendeu o fim da PM do
Rio. Para ele, a polícia é a fonte das milícias.
"O centro dinâmico da criminalidade no Rio é a polícia.
É preciso desconstruir esta
polícia e construir outra."
Beltrame classificou como
"simplista" a proposta de
Soares. "Estamos mostrando
que a PM tem condição de
dar as respostas que a gente
quer. Tem problemas, mas é
muito simplista fazer esse tipo de alegação."
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