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VIOLÊNCIA
Piratas atacam turistas na represa Billings
DO "AGORA"
A região do ABC paulista tem
uma versão dos "ratos d'água"
que mataram o velejador neozelandês Peter Blake em Macapá
(AP). Os "piratas da Billings" atacam turistas de barco na represa.
Os assaltantes, que atuam em
toda a extensão da represa, em
São Bernardo do Campo, já mataram um comerciante que alugava
pequenos barcos para turistas. Na
ocasião, ele tentava salvar o filho
refém dos piratas.
Segundo vítimas dos bandidos
(comerciantes, pescadores e moradores das imediações da represa) ouvidas pela reportagem, os
piratas já agiram pelo menos
quinze vezes neste ano. A Delegacia de Riacho Grande (subdistrito
de São Bernardo) registrou, porém, somente dois casos.
Os piratas abordam pessoas de
barco e pescadores à beira da represa para roubar dinheiro e
jóias, além dos motores de barcos.
"A maioria fica com um barco
no meio da represa, fingindo que
o motor está quebrado. Quando
alguém de lancha ou barco pára
para ajudar, eles apontam armas e
fazem o assalto", diz o comerciante da área náutica Romano Ballarin, 43, que teve em outubro um
jet-ski e um motor de barco roubados de seu estaleiro por piratas.
O assassinato de João Azarias de
Aguiar, 52, que fazia transporte de
turistas, ocorreu em julho de
1999, quando ele procurava o filho Gilberto, que, ao sair de barco
a passeio, foi roubado e feito refém por piratas da Billings.
Preocupado com a demora do
filho, ele pegou um barco para
procurá-lo. Ao avistar a embarcação, foi recebido com dois tiros na
cabeça. Morreu na hora.
Os bandidos desamarraram
Gilberto, o empurraram para a
água e ainda efetuaram um disparo, que, por sorte, não o acertou.
"Foi um baque muito grande",
diz um parente de João Azarias,
que não quis ser identificado.
O comerciante do setor náutico
S.M.C., 56, e três de seus clientes
foram roubados por piratas em
um restaurante à beira da represa.
O bando chegou num barco pequeno. "Levaram dinheiro, relógios e ainda nos obrigaram a deixá-los do outro lado da represa
com uma das lanchas", conta
S.M.C., que colocou sua casa à
venda. "Vou para o litoral ou para
alguma cidade do interior. Aqui
não dá mais", afirma.
Segundo a Polícia Militar, com a
chegada do verão a represa passa
a ser mais frequentada e os ladrões voltam a agir. A PM informa que voltará a fazer rondas sistemáticas pela represa, usando
barcos da Polícia Federal.
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