São Paulo, domingo, 16 de dezembro de 2001

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VIOLÊNCIA

Piratas atacam turistas na represa Billings

DO "AGORA"

A região do ABC paulista tem uma versão dos "ratos d'água" que mataram o velejador neozelandês Peter Blake em Macapá (AP). Os "piratas da Billings" atacam turistas de barco na represa.
Os assaltantes, que atuam em toda a extensão da represa, em São Bernardo do Campo, já mataram um comerciante que alugava pequenos barcos para turistas. Na ocasião, ele tentava salvar o filho refém dos piratas.
Segundo vítimas dos bandidos (comerciantes, pescadores e moradores das imediações da represa) ouvidas pela reportagem, os piratas já agiram pelo menos quinze vezes neste ano. A Delegacia de Riacho Grande (subdistrito de São Bernardo) registrou, porém, somente dois casos.
Os piratas abordam pessoas de barco e pescadores à beira da represa para roubar dinheiro e jóias, além dos motores de barcos.
"A maioria fica com um barco no meio da represa, fingindo que o motor está quebrado. Quando alguém de lancha ou barco pára para ajudar, eles apontam armas e fazem o assalto", diz o comerciante da área náutica Romano Ballarin, 43, que teve em outubro um jet-ski e um motor de barco roubados de seu estaleiro por piratas.
O assassinato de João Azarias de Aguiar, 52, que fazia transporte de turistas, ocorreu em julho de 1999, quando ele procurava o filho Gilberto, que, ao sair de barco a passeio, foi roubado e feito refém por piratas da Billings.
Preocupado com a demora do filho, ele pegou um barco para procurá-lo. Ao avistar a embarcação, foi recebido com dois tiros na cabeça. Morreu na hora.
Os bandidos desamarraram Gilberto, o empurraram para a água e ainda efetuaram um disparo, que, por sorte, não o acertou. "Foi um baque muito grande", diz um parente de João Azarias, que não quis ser identificado.
O comerciante do setor náutico S.M.C., 56, e três de seus clientes foram roubados por piratas em um restaurante à beira da represa. O bando chegou num barco pequeno. "Levaram dinheiro, relógios e ainda nos obrigaram a deixá-los do outro lado da represa com uma das lanchas", conta S.M.C., que colocou sua casa à venda. "Vou para o litoral ou para alguma cidade do interior. Aqui não dá mais", afirma.
Segundo a Polícia Militar, com a chegada do verão a represa passa a ser mais frequentada e os ladrões voltam a agir. A PM informa que voltará a fazer rondas sistemáticas pela represa, usando barcos da Polícia Federal.



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