DA SUCURSAL DO RIO

A série de prisões contra a Polícia Militar do Rio ocorre em meio à intensificação de áreas controladas por milícias, que têm em sua formação PMs e ex-policiais. Última favela de Jacarepaguá (zona oeste) ainda dominada por quadrilhas de traficantes, Cidade de Deus virou uma espécie de ponto de honra para as milícias que têm assumido o controle de comunidades carentes no Rio.
Parte de Jacarepaguá é policiada pelo 9º Batalhão de Polícia Militar, em Rocha Miranda (zona norte). Ontem, 26 PMs do batalhão foram presos sob a acusação de envolvimento com o tráfico da favela do Muquiço.
Desde 2005, têm ocorrido incursões de milicianos em Cidade de Deus, dividida em quatro áreas de quadrilhas diferentes. Como há um pacto de não-agressão entre os traficantes, de certa forma a comunidade vivia tranqüila quanto ao risco de confrontos, a não ser quando a polícia entrava na favela.
Isso mudou com a chegada das milícias. Uma liderança comunitária ouvida pela Folha com a garantia do anonimato disse que os moradores estão apavorados com a possibilidade de um "banho de sangue".
Embora autônomas, quadrilhas acertaram se unir para enfrentar milicianos. Há três semanas, houve tiroteio na favela, durante invasão de milicianos. Pequena área de Cidade de Deus chegou a ser conquistada por milícias. Mas o tráfico não foi expulso. (ST)

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