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Greve poderá ser a mais longa
da Reportagem Local
A greve de fome dos sequestradores de Abílio Diniz está prestes a
se tornar a greve mais longa da
história do país. Em 1972, cerca de
20 presos políticos ficaram até 36
dias sem comer, tomando só água.
O objetivo daquela greve era impedir novas transferências de um
grupo de frades e de leigos presos
em Presidente Venceslau (635 km
a oeste de SP), além de unificar,
num mesmo presídio, todos os
presos políticos do regime militar.
A greve conseguiu os objetivos e
ninguém morreu. Mas, enquanto
a maioria suspendeu o movimento depois de 32 dias, os presos em
Presidente Venceslau ficaram
mais quatro dias sem comer até
saber que tinham sido atendidos.
O escritor e frade dominicano
Frei Betto, um dos que ficaram 36
dias sem comer, afirma que os
piores momentos da greve de fome são o início, quando o corpo
reage violentamente à falta de alimento, e o final, quando a pessoa
sente muita fome, mas sabe que
pode comer muito pouco até que
o organismo se acostume.
Frei Betto afirmou que apóia a
greve de fome dos sequestradores.
Outras greves de fome, no entanto, já resultaram em mortes
por subnutrição. A maioria dos
casos tinha motivação política.
Em 1981, dez membros do IRA
(Exército Republicano Irlandês),
presos na Irlanda do Norte, morreram de fome num protesto que
durou cerca de cinco meses.
Em julho de 96, 12 presos morreram na Turquia, após mais de 60
dias de greve.
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