|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Justiça ameaça fechar pista de Congonhas
Desembargadora exige envio de dados para decidir se veto a aeronave grande entra em vigor no dia 26
DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A desembargadora Cecília
Marcondes, do Tribunal Regional Federal (TRF) da 3ª Região,
revogou ontem a liminar que
autorizava o pouso e decolagem de todos os modelos de aeronave no aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo,
exceto em caso de chuva.
Pela decisão, a Agência Nacional de Aviação Civil tem 48
horas a partir de sua notificação para apresentar dados sobre o peso dos aviões -incluídos equipamento e combustível- e quanto da pista utilizam.
Se a agência não responder
ou os dados não forem satisfatórios, os aviões Fokker-100,
Boeing 737-700 e Boeing 737-800 ficam proibidos de pousar
em Congonhas a partir do dia
26 -a data foi determinada para não atrapalhar a demanda do
feriado de Carnaval.
O veto aos três modelos de
aeronave havia sido determinado pela Justiça Federal de SP.
Após a decisão, o TRF da 3ª Região revogou a proibição, mas
manteve a ordem de suspender
as operações em caso de chuva.
A pista principal de Congonhas precisa de reforma e melhorias na drenagem. Por recomendação da Anac, sempre que
há um acúmulo de mais de 3
mm de água, a pista é fechada.
"É preciso (...) haver ajuste do
peso das aeronaves para a preservação das condições de segurança, de modo que não sejam usados os últimos 388 metros finais da pista", diz a desembargadora. A área final é
necessária para escape no caso
de derrapagem.
De acordo com a juíza, o fato
de a Anac adotar procedimentos para interdição da pista em
caso de chuva forte e suspender
as operações para fazer inspeção demonstra "o quão é perigosa e até caótica a situação da
pista principal do aeroporto de
Congonhas".
Se a proibição ocorrer, 40%
dos vôos -e 10 mil passageiros- serão afetados por dia. Para piorar, no dia 27 começa o
recapeamento da pista auxiliar
do aeroporto -e vôos terão de
ser transferidos para Guarulhos. A Infraero estuda adiar a
obra se a liminar for mantida.
A TAM e a Gol não comentaram a decisão. A reportagem
não conseguiu contato com a
assessoria de imprensa da
Ocean Air.
Recurso
A Anac não havia sido notificada da liminar, mas pretende
reafirmar posição de que esses
aviões podem pousar no local
com segurança. Caso o tribunal
decida o contrário, vai recorrer.
O Ministério Público Federal
afirma que entrará com recurso após o Carnaval. O objetivo
da Procuradoria é a interdição
completa da pista principal de
Congonhas.
(AFRA BALAZINA E LEILA SUWWAN)
Texto Anterior: Violência: Aposentado é encontrado carbonizado em canavial Próximo Texto: Juiz proíbe anúncio de cerveja durante o dia Índice
|