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"Passei a noite olhando o morro"
da Reportagem Local
Meia hora antes de o deslizamento matar Selma, outro deslizamento destruiu o barraco de um
vizinho dela, o desempregado Ernesto da Silva, 42. "Minha família
escapou porque eu passei a noite
vigiando o morro. Quando a terra
começou a descer, tirei todo mundo de lá."
Silva disse que todos os objetos
foram perdidos. Apesar de não ter
para onde ir, o desempregado não
cogitava levar a família para abrigo da prefeitura.
"Vou procurar ficar na casa de
algum amigo. Como é que eu vou
para um abrigo com cinco filhos?", perguntou.
A maioria dos outros moradores
da região também dizia o mesmo.
"Vou ficar na garagem da casa do
meu primo. Quando der uma estiada, eu volto para a minha", disse o pedreiro Geraldo Paulo Filho.
Até a tarde de ontem, somente
duas famílias haviam aceitado ir
para o abrigo municipal.
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