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Vítima estava sozinha em São Paulo
da Reportagem Local
Com medo das ameaças que vinha recebendo, em dezembro do
ano passado o ambulante Gilberto Monteiro da Silva mandou sua
mulher e o filho pequeno para o
interior do Nordeste e ficou sozinho em São Paulo.
Pessoas ligadas ao presidente da
Associação dos Camelôs Independentes de São Paulo tiveram
de pedir a intervenção da polícia
para conseguir localizar ontem a
família de Silva no Nordeste, e
avisá-la sobre o crime. Até a noite
não havia confirmação de que
eles haviam sido localizados.
Ontem, nenhum dos dois primos de Silva que moram em São
Paulo estavam na cidade. Por causa disso, a liberação do corpo do
ambulante no IML (Instituto Médico Legal) ocorreu só à noite.
Assim que o IML liberou o corpo, surgiu novo obstáculo: encontrar um lugar e levantar dinheiro
para realizar o enterro do líder
dos camelôs.
"Pedimos a intervenção de várias pessoas para tentar realizar o
velório na Câmara Municipal ou
na Assembléia Legislativa, mas
ninguém se prontificou a ajudar",
disse a presidente do movimento
Defenda São Paulo, Regina Monteiro.
Até as 21h de ontem, o advogado do ambulante, José Francisco
Vidotto, havia conseguido fazer
contato com apenas um parente
de Silva: um primo que estava a
trabalho no Paraná e deveria chegar a São Paulo apenas hoje pela
manhã, dirigindo um caminhão.
Segundo amigos, Silva enfrentou uma grave crise financeira depois de ter denunciado o esquema
de corrupção na Administração
Regional da Sé.
Após as denúncias, o comércio
ambulante no viaduto Santa Ifigênia foi retirado para que fosse feita uma reforma no local. Os camelôs da área foram transferidos
para a ladeira da Memória, que
tem movimento muito inferior.
A energia elétrica da casa de Silva foi cortada após três meses de
falta de pagamento da conta de
luz. Depois de conseguir quitar a
dívida, a idéia do ambulante era
tentar fazer uma "vaquinha" para
trazer a família de volta, conforme
revelou a alguns amigos.
A falta de dinheiro levou Silva a
dispensar, em junho passado, os
dois seguranças contratados por
ele na época da CPI.
(GN e MO)
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