São Paulo, sexta-feira, 17 de março de 2000


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Promotor crê em 'queima de arquivo'

da Reportagem Local

O promotor Roberto Porto e o delegado Romeu Tuma Jr., integrantes da força-tarefa que investiga a máfia da propina na Prefeitura de São Paulo, afirmaram ontem que o assassinato do ambulante Gilberto Monteiro da Silva foi motivado por "queima de arquivo ou vingança".
Porto e Tuma Júnior afirmaram que o crime não prejudicará as investigações envolvendo fiscais da Administração Regional da Sé e o ex-deputado Hanna Garib em um esquema de cobrança de propina de ambulantes.
Os dois, no entanto, temem que o crime acabe intimidando outras testemunhas.
"Tenho certeza de que isso foi queima de arquivo. A morte do Gilberto vai amedrontar outras testemunhas", disse o promotor Roberto Porto.
Segundo o promotor, o crime não vai prejudicar as investigações do caso porque os depoimentos de Gilberto já tinham sido tomados pelo Ministério Público e pela Polícia Civil.
O delegado Romeu Tuma Jr. afirmou que Gilberto Monteiro da Silva era uma testemunha em outro inquérito que estava em fase de conclusão na Polícia Civil envolvendo denúncias contra o ex-deputado Hanna Garib.
"O Gilberto era uma testemunha importante e agora não poderá ser ouvido na Justiça, apesar de já ter prestado depoimento na polícia", disse Tuma Jr. "Pela quantidade de tiros, tudo induz a uma possível vingança."
A Procuradoria Geral de Justiça do Estado de São Paulo vai nomear um promotor do Tribunal do Júri para acompanhar as investigações do assassinato do ambulante Gilberto Monteiro da Silva.
A Secretaria Estadual da Segurança Pública informou ontem que poderá analisar o fornecimento de proteção especial para testemunhas da máfia da propina, caso seja feita uma solicitação.
Segundo a secretaria, as vítimas de ameaças também podem procurar o serviço de proteção a testemunhas de São Paulo, da Secretaria da Justiça.
O programa prevê mudança de nome, de Estado, proteção policial e ajuda financeira.
(GONZALO NAVARRETE e LILIAN CHRISTOFOLETTI)


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