|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Investigação da máfia começou em 98
CHICO DE GOIS
da Reportagem Local
A máfia da propina, como ficou
conhecido o escândalo que desvendou um esquema de corrupção envolvendo fiscais, administradores regionais e vereadores
em São Paulo, teve início em 2 de
dezembro de 98, quando o fiscal
Marco Antonio Zeppini, da regional de Pinheiros, foi flagrado tentando extorquir a empresária Soraia Patrícia da Silva em R$ 30 mil.
Na ocasião, os promotores do
Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Repressão contra o Crime
Organizado) e policiais apreenderam agendas, dinheiro e cheques
em poder de Zeppini e, a partir
daí, começaram a fazer um organograma da quadrilha.
O resultado prático de toda a investigação, mais de um ano depois do flagrante, é a cassação dos
vereadores Vicente Viscome (que
está preso há quase um ano) e
Maeli Vergniano e do deputado
estadual Hanna Garib.
O vereador José Izar (PST) enfrentou uma comissão processante, mas não perdeu o mandato.
Ele foi denunciado à Justiça por
formação de quadrilha, concussão e peculato. Atualmente, uma
comissão da Câmara analisa a
cassação da vereadora Maria Helena Fontes (PL).
Garib, embora deputado, perdeu o mandato porque foi apontado por camelôs como destinatário de um esquema de cobrança
de propinas na regional da Sé.
Três ambulantes foram incisivos
ao afirmar que Garib recebia dinheiro de propina.
Afonso José da Silva, líder dos
ambulantes do Brás, disse que o
deputado se beneficiava da corrupção. O segurança Luiz Antonio da Silva, o Lula, afirmou que
entregou dinheiro a Garib no banheiro de seu gabinete. E Gilberto
Monteiro da Silva, que comandava o comércio no viaduto Santa
Ifigênia, também disse que destinava R$ 15 mil para a fiscalização
da regional da Sé.
Nenhum dos políticos que perderam o cargo foi julgado ainda.
Todos negam qualquer participação em esquemas irregulares. Vários processos tramitam lentamente pela polícia. Na Câmara
Municipal, onde denúncias não
param de acontecer, o que se teme é que o fantasma da não-cassação de Izar venha assombrar no
dia da eleição.
Texto Anterior: Em um ano, ambulante virou líder Próximo Texto: Crise no Rio: Corregedor da Polícia Civil é demitido Índice
|