São Paulo, sexta-feira, 17 de março de 2000


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Banco de sangue é interditado

VÂNIA CARVALHO
da Folha Ribeirão

A Vigilância Sanitária interditou ontem por tempo indeterminado o banco de sangue do hospital Santa Casa, em Ribeirão Preto (319 km de São Paulo).
Os motivos da interdição foram a falta de estrutura do banco, ausência de registros nos livros de controle e pessoal sem curso de capacitação em hemoterapia.
Segundo a vigilância, esses fatores poderiam levar à distribuição de sangue contaminado aos pacientes do hospital, que é uma das formas possíveis de contaminação da Aids e da hepatite, entre outras doenças.
A vigilância afirma que a ação de ontem foi preventiva e descarta a possibilidade de os pacientes que receberam transfusão de sangue na Santa Casa terem que se submeter a exames.
A Santa Casa representa 40% dos atendimentos de emergência em Ribeirão Preto. O consumo de sangue em pacientes do hospital em um mês chega a aproximadamente 250 litros.
O banco de sangue do hospital é administrado pela Hemoterapia Guazzelli S/C Ltda.. Há dois anos, o banco vem sendo acompanhado pela Vigilância Sanitária para que se adequasse às exigências.
Há um ano, o Ministério Público também passou a exigir reformas no banco de sangue.
Segundo o chefe de divisão da Vigilância Sanitária, Carlos Alberto D'Avilla Oliveira, foi feito um acordo entre o órgão, o Ministério Público e a Guazzelli para que fossem feitas as adequações.
"As mudanças não foram feitas e a interdição teve que ser decretada", diz Oliveira. Ele diz que a sala de recuperação dos doadores não tinha ventilação correta nem equipamentos com oxigênio.
Os livros de registros com o controle das atividades do banco também não estavam preenchidos adequadamente. "Eles são a garantia de que o sangue foi manuseado devidamente."
O assessor de administração da Santa Casa, José Esposito, afirma que o hospital vai adequar seu banco de sangue às exigências da Vigilância Sanitária.
Esposito não descartou a possibilidade do hospital dispensar a Hemoterapia Guazzelli, responsável pelo banco de sangue, por outra empresa. Ninguém da empresa foi encontrado pela Folha.



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