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Pesquisas mostram efeito devastador
DA REPORTAGEM LOCAL
Na mesma proporção em que
aumenta a preocupação das autoridades antidrogas com a propagação do consumo do ecstasy,
mais pesquisas são divulgadas relatando seus efeitos devastadores
no organismo dos usuários.
Além dos riscos de morte por
superaquecimento do corpo, problema cardíaco ou renal, há danos
severos na memória e na capacidade cognitiva, com indício de
perdas irrecuperáveis no cérebro.
Conhecido tecnicamente como
3,4 metilenodioximetanafetamina ou MDMA, o ecstasy foi sintetizado em 1914, patenteado pelos
laboratórios Merck como um inibidor de apetite, mas permaneceu
esquecido até o final dos anos 70.
Nessa época, diz o professor da
Escola Paulista de Medicina Ronaldo Laranjeira, constatou-se
que a droga produzia estado de alteração da consciência com harmonia sexual e emocional e foi sugerido seu emprego como auxiliar psicoterapêutico. Em 1985,
quando seu uso como entorpecente começou a aumentar, a
substância foi proibida pelo DEA,
órgão antidrogas dos EUA.
Apesar serem notórios os muitos efeitos danosos da droga, os
estudos a respeito normalmente
não são conclusivos quanto a problemas irreversíveis. Ainda assim,
novas pesquisas podem dar uma
dimensão assustadora dos riscos
que corre quem usa a droga.
Uma delas é o estudo do professor Michael John Morgan, das
universidades britânicas de Wales
e Sussex, apresentado ao Instituto
Nacional Sobre Abuso de Drogas
dos EUA (Nida, em inglês).
Foram observados quatro grupos de indivíduos, entre eles
usuários de ecstasy e ex-usuários,
abstêmios havia dois anos. Aqueles que ingeriam a droga exibiram
problemas psicopatológicos elevados, ações impulsivas e deficiência de memória. Mas este último problema foi verificado entre
os ex-usuários. Segundo Morgan,
a partir dos testes concluiu-se que
os problemas psicológicos registrados "não são revertidos com a
abstinência prolongada".
Andy Parrot, outro especialista
britânico, estudou um ex-usuário
de ecstasy que completara sete
anos de abstinência. Mesmo após
esse período, ele teve problemas
de cognição, de memória, distúrbios de sono e ansiedade.
(LC)
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