|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
JUSTIÇA SOB AMEAÇA
Chamadas nas proximidades do fórum de Presidente Prudente no dia do crime estão sendo investigadas
Policiais rastreiam ligações de celulares
BETE GÁSPERI
FREE-LANCE PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM
PRESIDENTE PRUDENTE
GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL
A polícia rastreou as ligações feitas de telefone celular nas proximidades do fórum de Presidente
Prudente (SP) no dia do assassinato do juiz-corregedor Antonio
José Machado Dias, 47.
Segundo o promotor de Justiça
local Gilson Amâncio, a polícia
tem uma lista de ligações, mas ele
não informou quantas nem se há
alguma com suspeita de relação
com o assassinato.
A lista já teria sido fornecida por
empresas de telefonia e consegue
identificar os números telefônicos. As torres instaladas perto da
área possibilitam a identificação,
segundo o promotor.
O objetivo é saber se os dois assassinos do juiz-corregedor usaram telefone celular antes ou depois do crime, ocorrido na última
sexta-feira, e tentar chegar a eles
por meio dos números.
O promotor disse ainda que alguns criminosos que pertencem a
facções estão sendo ouvidos sobre
o caso. Policiais estiveram ontem
no CRP (Centro de Readaptação
Penitenciária) de Presidente Bernardes, onde está preso o traficante Luiz Fernando da Costa,
Fernandinho Beira-Mar, além da
cúpula do PCC (Primeiro Comando da Capital). O promotor
não informou quantos nem quais
presos foram ouvidos.
Motorista encontrado
Para a Polícia Federal de Presidente Prudente, o número de suspeitos do assassinato não chega a
dez pessoas. Eles seriam da região
e de outras partes do Estado. Mas
a delegada da PF Lúcia Machado
Castralli não quis dar informações sobre os investigados.
Ontem, detalhes do roubo do
Fiat Uno na cidade de São Paulo,
no dia 4 de fevereiro, usado no assassinato do juiz, aumentaram a
suspeita de policiais de que o crime pode ter sido planejado com
muita antecedência.
O motorista do carro roubado
foi ouvido ontem, em São Paulo.
Ele disse que não conseguiria
identificar os ladrões nem poderia confirmar se são os mesmos
homens descritos em dois retratos falados feitos por testemunhas
do assassinato do juiz.
Mas o motorista, que é funcionário de uma empresa de telefonia, revelou detalhes que deixaram os policiais intrigados. Segundo a polícia, ele teria dito que
fazia serviços em uma rua de Perdizes (zona oeste de São Paulo)
quando foi cercado por três homens, por volta das 9h.
Segundo ele, um dos homens
saiu com o carro. Outros dois o
colocaram em um segundo carro
que circulou por cinco horas. Depois, o funcionário foi liberado.
No depoimento à polícia, ele informou que os ladrões disseram
que só precisavam do carro para
realizar uma ação criminosa, mas
não informaram qual seria. Também teriam comentado que o carro seria abandonado depois.
Esse procedimento -fazer o
motorista refém até que o carro
possa ser usado a um lugar seguro
para receber placas e documentação falsa- é comum entre quadrilhas de roubo de carga. A polícia ainda não sabe como o carro
foi parar em Presidente Prudente,
onde circulava com placa falsa.
Policiais do DHPP irão ao local
do roubo do veículo para tentar
localizar testemunhas que possam identificar os ladrões.
Texto Anterior: Presidente do STJ se opõe a aumento de penas Próximo Texto: Moacyr Scliar: Hora da verdade Índice
|